No frigir dos ovos o MEC contratou uma empresa de segurança para cuidar das provas do ENEM por sete milhões. Para ficar melhor contratou um consultor de segurança por mais sete milhões. Tudo sem licitação, provavelmente com base no “notório saber e excelência”. Quatorze milhões depois alguém oferece uma prova, provadamente verdadeira, se permitem o trocadilho, ao Estadão por quinhentos mil reais. Evidentemente a política federal deve investigar o pizzaiolo responsável. Já o TCU deveria tentar esclarecer as condições da liberação da concorrência pública.
O INEP, instituição de sorte, face à desistência da UNB e do CESGRANRIO, ambas por razões bem justas, levou sozinho. Só que contratou um Consórcio para fazer o que era sua obrigação. Como o vazamento partiu do consórcio, já que o INEP só faz aqui é receber o recurso e repassar, parece que vai haver uma indenização do Consórcio para o INEP. Seria muito construtivo saber quem são as pessoas que fazem parte desse consórcio, os vínculos delas dentro e fora do governo, com partidos políticos etc...
Tudo muito legal, feito dentro da Lei das Licitações. Inquestionável.
Provavelmente, no fim do dia, a culpa será da prova ou do pizzaiolo. Os outros personagens, aqueles que andam circulando próximos ao poder, serão sempre todos inocentes. Azar da viúva que vai perder 20 milhões e dos milhões de estudantes que terão seu tempo psicológico de preparação defasado.
Demetrio Carneiro