sábado, 31 de outubro de 2009
ENTREVISTA
Nela uma boa síntese de tudo que tenho defendido.
Demetrio Carneiro
HUMANISMO, ECONOMIA E MUNDO REAL
SIMON’S SITE: PENSANDO O FUTURO
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
"Reforma" do Senado: AE News
13:03 SENADO: REFORMA PERMITE QUE SALÁRIO ULTRAPASSE TETO CONSTITUCIONAL Brasília, 30 - Um artigo da reforma administrativa do Senado permite que a remuneração dos servidores da casa ultrapasse o teto constitucional de R$ 25.275, o que é ilegal. Pelo texto, o recebimento de benefício extra de "função comissionada" não seria contado no cálculo do salário dos funcionários, o que permitiria que os mesmos recebessem rendimento maior que o limite legal. No Senado, os cerca de três mil servidores de carreira recebem bônus de função comissionada que varia de R$ 1,4 mil a R$ 2,4 mil. O artigo que tenta driblar a regra do limite salarial do funcionalismo público é o de número 111. "A remuneração mensal do servidor do Senado Federal terá como limite máximo o subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal Federal, ressalvadas as parcelas de caráter indenizatório (Constituição Federal, art. 37) e a devida pelo exercício de função comissionada", diz o texto. Questionado sobre este artigo, há pouco, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que não tinha visto este detalhe da reforma e admitiu que ele pode ter sido incluído "de última hora" e com "viso corporativista". "Vou discutir na fase final, passar um pente fino na reforma. Isso é uma coisa que fere a Constituição. Não pode figurar. Foi alguma introdução, coisa de última hora, que deve ter sido feita com um certo viso corporativista, mas não vai vingar. É inconstitucional. É uma coisa que não tem nenhuma base legal, não podemos fazer de jeito nenhum. A reforma é para enxugar, não para aumentarmos despesas", disse o senador. O projeto de reforma do Senado tem 125 páginas e 416 artigos e foi elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao custo de R$ 250 mil. A reestruturação da administração da casa deve demorar, no entanto, pelo menos mais um mês para ser executada, uma vez que os senadores terão 15 dias a partir de hoje para examinar o projeto e oferecer mudanças. Encerrado este prazo, o conselho de administração do Senado terá mais 10 dias para analisar as propostas antes de o texto seguir para análise do plenário. (Carol Pires)
ABOUT THE BRAZILIAN ZOMBIE
NOTA DO TONY VOLPON
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Brazil September Budget Shows ‘Deterioration,’ Volpon Says
2009-10-29 18:31:12.749 GMT
By David Papadopoulos
Oct. 29 (Bloomberg) -- Brazil’s central government primary budget deficit in September showed the country’s finances have “suffered strong deterioration,” according to Nomura Securities International Inc.
“The serious deterioration in fiscal policy puts the country at risk if” growth in Asia weakens, curbing demand for Brazilian exports, Tony Volpon, a strategist at Nomura in New
York, said in a note to clients.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2009
16:12 28Oct09 RTRS-JURO-Exterior ampara realização e DIs longos sobem antes de ata
As taxas abriram em alta, em meio a novos dados positivos sobre a retomada da economia brasileira, mas o quadro instável no exterior --com indicadores fracos sobre os Estados Unidos-- esfriou os negócios e os DIs passaram a oscilar ao redor da estabilidade. No meio da tarde, contudo, a deterioração nas bolsas no Brasil e nos EUA, acompanhada do fortalecimento do dólar <.DXY> frente a uma série de divisas, inclusive o real
"A realização de lucros foi generalizada", resumiu o gerente da mesa de DI de uma importante corretora estrangeira em São Paulo, que pediu para não ser identificado. No mercado de câmbio, próximo do encerramento, o dólar à vista
VISÃO SOBRE OCIOSIDADE MERECE ATENÇÃO NA ATA O Banco Central divulga na quinta-feira a ata da última reunião do Copom, quando a Selic foi mantida em 8,75 por cento ao ano. Analistas não esperam grandes novidades no documento, uma vez que não houve alteração do comunicado que acompanhou a decisão.
Tony Volpon, estrategista para América Latina no Nomura Securities, em Nova York, não espera sinalizações significativas do BC sobre o rumo da Selic nesta ata, mas destaca que o documento, assim como os comunicados divulgados no término das reuniões do Copom, têm mais peso agora.
"Dado que exite uma grande dispersão de expectativas sobre quando o juro vai subir, e os diretores do BC sabem disso, eles irão sinalizar muito antes de agir para alinhar as expectativas e diminuir a volatilidade do ajuste. E isso se dará pelas atas e comunicados", explicou.
Um dos focos na ata estará na percepção do BC sobre o hiato do produto, que cada vez mais vem sendo considerado para decisões de política monetária. Uma queda muito rápida nesse indicador, inclusive, tem sido o principal argumento para as apostas de alta da Selic no início de 2010. Nesta sessão, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou melhora na confiança do empresariado, mas também observou que a utilização da capacidade instalada atingiu 82,9 por cento --o maior patamar desde novembro do ano passado.
[nN28293938] (Edição de Daniela Machado) ((paula.laier@reuters.com; 5511 5644-7764; Reuters Messaging: paula.laier.reuters.com@reuters.net))
MONOPÓLIO E REGULAÇÃO
terça-feira, 27 de outubro de 2009
GREVE NA SAÚDE: LIMITES?
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
PARIDADE NO MUNDO REAL
domingo, 25 de outubro de 2009
MANDATO, PROFISSIONALISMO E CONTROLE DA SOCIEDADE
sábado, 24 de outubro de 2009
DILEMA DISTRIBUTIVISTA
SOCIALISMO E TRIBUTACÃO
RASPANDO O FUNDO DO TACHO
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
A Redução da Jornada de Trabalho e o Emprego
Muito se tem falado sobre a nova Lei que reduzirá a jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas semanais. Segundo o Dieese, tal medida gerará cerca de dois milhões e duzentos mil empregos. Confesso não ter estudado Desenvolvimento Econômico de forma tão profunda como fizeram alguns técnicos do Dieese, mas ter me dedicado ao “nefasto” mundo das Finanças Corporativas, o que talvez me impeça de ver com tanta facilidade e clareza como tal “mágico” aumento de empregos ocorrerá. Afinal, alguns daqueles que fizeram a “conta” dos novos empregos devem acreditar que Finanças de Empresas (coisas como viabilidade de projetos; gestão financeira e de capital de giro; custo de capital; alavancagem etc) servem apenas para tornar mais ágil à exploração capitalista.
Como sempre, vale destacar que será muito fácil enxergar os beneficiados por essa nova Lei, mas bastante difícil, e duvido que políticos e Dieese se esforcem para fazê-lo, observar os prejudicados.
Bem, creio que a conta dos defensores de tal Lei é a seguinte: a firma Exploração da Mais-Valia Ltda (EMV Ltda) possui 10 funcionários em um regime de trabalho de 44 horas semanais. Logo, o total de horas trabalhadas pelos empregados é de 440 horas por semana. Com a nova Lei, a empresa só poderá explorar seus 10 funcionários por 400 horas semanais, como seu volume de trabalho demandado era de 440 horas, ela buscará no sujo mercado de trabalho mais um trabalhador para explorar. Então, como que por mágica, essa Lei, “inteligentíssima”, criou mais um posto de trabalho!
Será que o mundo é tão simples assim?! Não! Essa conta está simplesmente errada. Pessoas que ainda tentam usar a falida Teoria do Valor-Trabalho para explicar o processo de produção são as culpadas por esse erro. Ou seja, a conta errada é culpa de políticos ruins e mal assessorados, assim como de um bando de intelectuais de boteco.
Saiamos da fantasia e vamos ao mundo real. Vejamos os exemplos do impacto da Lei de forma mais realista.
Exemplo 1: A firma EMV Ltda possui 10 funcionários e trabalha em um esquema de linha de montagem. Cada funcionário é responsável por uma etapa do processo de fabricação, divido em 10 etapas (o número de funcionários contratados é função da divisão ótima, não o contrário, salvo, talvez, se os salários caírem).
A EMV Ltda trabalha em um turno diário de 8 horas durante a semana e em um turno de 4 horas no sábado, com isso cada funcionário trabalha 44 horas semanais. A carga horária total de trabalho contratada pela firma é de 440 horas semanais.
Com a nova Lei, mantido o número de funcionários, a firma só poderá utilizar 400 horas. Faltam exatamente 40 horas, ou seja, um funcionário segundo a nova Lei. Mas a firma não irá contratá-lo, ao invés disso reduzirá a produção, e com isso seu resultado e capacidade de investimento, deixando de produzir aos sábados. O 11o funcionário não tem função no atual arranjo produtivo, ele implicará em custos adicionais sem que haja algum retorno esperado por sua contratação. Nesse caso a Lei tem dois impactos: redução da produção presente e da capacidade de investimento futura.
Exemplo 2: A firma EMV Ltda vende 100 parafusos por semana ao preço de 10 Reais cada. Seu faturamento semanal é de 1.000 Reais. Ela paga para cada um de seus funcionários 20 Reais por semana, o que, somados os encargos trabalhistas, resulta em um gasto semanal de 32,4 Reais por funcionário. Como não tem amigos no governo, os investimos da EMV Ltda são basicamente financiados com capital próprio, para isso ela retém 50 Reais por semana. Cerca de 30% do faturamento é gasto com aquisição de outros insumos produtivos (que não trabalho) e outros 10% com outras despesas operacionais e administrativas. O resultado final é um gasto semanal de:
· 324 salários e encargos
· 177,2 impostos e contribuições (pelo menos)
· 300 gastos com insumos
· 50 retenção para re-investimento
· 100 outras despesas operacionais e administrativas
· Total: 951,2 Reais
· Resultado da empresa: 48,8 Reais
Suponhamos que não haja limitação física, como no exemplo 1, para a contratação de mais um funcionário. Porém não há nenhuma razão para acreditarmos que a demanda por parafuso aumentará, ou que haja espaço para aumento de preços. Ou seja, o novo funcionário será contratado, mas o faturamento da empresa continuará o mesmo. Como salários não podem ser reduzidos, teremos:
· 356,4 salários e encargos
· 177,2 impostos e contribuições
· 300 gastos com insumos
· 50 retenção para re-investimento (depreciação e ampliação da capacidade produtiva)
· 100 outras despesas operacionais e administrativas
· Total: 945,2 Reais
· Resultado da empresa: 16,4 Reais
Ou seja, no novo cenário o resultado da empresa ficará em apenas 16,4 Reais semanais. Nesse caso, provavelmente, é mais vantajoso fechar a empresa e comprar Títulos Públicos do que continuar com o investimento.
Caso, ao invés de contratar o novo funcionário, a AMV Ltda reduza sua produção em 40 horas semanais (9,1%; 9% para facilitar o cálculo), teremos 91 parafuso a 10 reais, o que implicará em um faturamento de 910 Reais, divido em:
· 324 salários e encargos
· 161,25 impostos e contribuições
· 273 gastos com insumos
· 45,5 retenção para re-investimento
· 91 outras despesas operacionais e administrativas
· Total: 894,75 Reais
· Resultado da empresa: 15,25 Reais
A estrutura financeira apresentada, apesar de ser simplificada, é razoavelmente real. Apesar de superior em 1,15 Reais, o cenário da contratação não gera um resultado suficientemente alto para, com certeza, compensar as maiores incertezas inerentes a ele (por exemplo: maior risco de problemas trabalhistas, menor flexibilidade na estrutura de custo para enfrentar eventuais choques adversos etc).
De fato, uma empresa real que utilize o regime de 44 horas semanais viverá os exemplos 1 e 2 simultaneamente, isso reduz ainda mais os possíveis incentivos às novas contratações e amplia os incentivos para redução da produção e investimento (a redução na lucratividade deverá ser compensada em algum lugar).
Como conclusão direta, que pode ser obtida pala soma dos possíveis cenários, em um mundo incerto, a Lei não incentiva uma nova contratação, mas sim a redução da produção e do investimento.
A empresa privada não é uma repartição pública. Quando o TCU reduziu a jornada de seus bem pagos funcionários para 35 horas semanais, precisou e contratou mais funcionários. Para pagá-los, o governo cobrou mais impostos e prestou menos serviços básicos (saúde, educação, infra-estrutura, segurança etc) para a população. Em uma empresa privada isso não é alternativa. Empresas não podem aumentar o preço simplesmente por que desejam; empresas não podem reduzir a qualidade dos serviços ou o nível de investimento sem o sério risco de sair do mercado. Aumentos no gasto corrente dentro de uma empresa são resolvidos dentro dela (ou ela sai do mercado), não transferidos para o restante da sociedade, como faz o governo.
Por fim, os exemplos acima têm como objetivo apenas evidenciar que, do ponto de vista da tecnologia de produção e do financeiro de uma empresa, o resultado da Lei não é tão claro como alguns pregam ser. Talvez, se supusermos tecnologias homogenias, uma função de produção agregada, agregarmos funções de utilidade e assumirmos que o juro básico da economia capta toda incerteza, quem sabe, para uma economia fechada e sem custos de transação, possamos encontrar o resultado do Dieese e de alguns políticos.
Abs
José Carneiro
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
A Cama do Corno (Violência)
Existem alguns problemas com essa idéia.
1o) diferente da Índia, nosso país não é uma nação de castas. Contrariando a idéia, nada fundamentada, de alguns “entendidos”, a mobilidade social é algo factível e constante em nossa história e vários crimes tratados com benesse por nossas leis, defendidas por hipócritas, não tem relação alguma com classe social ou desenvolvimento econômico, alguns exemplos banais são: estupro, latrocínio, torturar o seqüestrado etc (se alguém duvidar, há vasta literatura empírica sobre o assunto)
2o) vários outros países do mundo são tão pobres quanto o Brasil, mas não apresentam o nível de caos violento presente em nossa sociedade. De fato, apenas países em guerra alcançam uma relação mortes violentas/100.000 habitantes igual a nossa.
3o) sociedade capitalista consumista opressora é a mãe! Oprimido é quem está a mercê de traficantes e das milícias. Isso não tem nenhuma relação com livre iniciativa, livre comércio e liberdade individual, de fato isso ataca frontalmente TODOS os principais valores defendidos por TODA filosofia liberal. Num país com tributação regressiva, onde se demora três meses para se abrir e 12 para se fechar uma empresa, com o governo abocanhando 37% do PIB em impostos e contribuições que, junto com a regulação, leis, decretos e segmentações, permite ao Estado determinar a alocação de ao menos 50% do PIB, falar em culpa do capitalismo é coisa de ANALFABETO.
Vejamos alguns fatos estilizados:
O Brasil é o 101o país mais “rico” do mundo, o brasileiro médio é 300 dólares mais pobre que o habitante mundial médio. A África do Sul é o 102o país mais “rico” do planeta. Sérvia, Cazaquistão, Turquia, Irã, Botzwana, Líbia, Argentina e Uruguai são mais ricos que o Brasil. Dominica, Monte Negro, Cuba, Coréia do Norte, China, Índia e Azerbajão são exemplos de países mais pobres.
É nessa hora que alguém argumenta: “não, somos um dos 10 países mais ricos do mundo e a China é o verdadeiro motor do planeta... seu difamador capitalista comedor de criancinhas gripento”. Bem, por essa lógica a Rocinha é mais rica que a Urca, ou a Ceilândia é mais rica que o Lago Sul (creio não serem necessários mais argumentos).
Voltando ao assunto, o Brasil é o 10o país mais desigual do planeta. Piores que nós só: Namíbia, África do Sul, Lesoto, Botswana, Serra Leoa, República Centro Africana, Bolívia, Haiti e Paraguai. Logo a baixo de nós estão: Bósnia Herzegovina, Panamá, Guatemala, Chile, Colômbia, Honduras e Hong Kong.
Agora alguns falarão: “-tá vendo, olha a desigualdade aí... é isso que provoca a violência!”
Será?! O Chile é apenas 3,28% menos desigual que o Brasil e não é tão mais rico assim. Enquanto a renda per capita do Brasil é de 21,48% da renda per capita americana, a do Chile é 31,7%. No entanto, o Chile é muito menos violento que o Brasil. A África do Sul não só é mais pobre como é mais desigual (cerca de 14,63% pior que o Brasil).
Uma observação interessante, os números não suportam a idéia de que o Capitalismo concentra mais renda que o Comunismo, como exemplo peguemos os dois principais representantes de ambos os regimes: Estados Unidos e China. Enquanto a renda per capita do chinês é apenas 12,77% da americana, a China é 4,5% mais desigual.
Segundo o Índice Global da Paz, Vison of Humanity, o Brasil é o 85o país “menos” violento do mundo, numa lista de 144 países. O Uruguai é o 25 o, Paraguai 73o, China 74 o, EUA 83 o, Jamaica 102 o, México 108 o, Venezuela 120 o, Rússia 136o. Como o índice contabiliza gastos militares, provavelmente subestima as posições da China e dos EUA.
De qualquer forma, contrapor esse índice aos indicadores sociais dos países mostra que o argumento comum de “ladrão pela opressão da sociedade injusta” não resiste aos fatos.
É óbvio que a violência é um fenômeno social, mas dessa conclusão à “tadinho, é bandido por ser oprimido pelo consumo” há uma distância maior do que a da Terra à Vulcano (o planeta do Spok). A violência que vivemos hoje é fruto de nossas relapsas e corruptas instituições que ensinam ser melhor roubar do que trabalhar. Reduzir a desigualdade não reduzirá a violência no Brasil, infelizmente o tipo de relação que muitos tentam construir não sobrevive à realidade dos dados, mas apenas em contos de fada que servem para justificar gastos públicos ineficientes.
Mas qual será a saída, endurecer a legislação? Em alguns casos talvez. Porém, no Brasil, muito cuidado deve ser tomado ao se optar por essa linha. A autoridade, que já detém recursos, deve primeiro fazer seu trabalho.
Esse ponto me leva a um exemplo recente, a Lei Seca. Essa lei é um exemplo de como endurecer a legislação pode levar pessoas de bem a interpretações erradas e, conseqüentemente, reduzir a capacidade de responsabilização dos eleitores. Antes da nova Lei, simplesmente não havia fiscalização, em 10 anos de habilitação nunca havia sido parado em blitz equipada com bafômetro. Isso nos leva ao seguinte ponto, será que as punições originalmente previstas no Código de Trânsito não eram suficientes?
Ao endurecer a legislação e só então iniciar a fiscalização, a autoridade manipulou os fatos. É possível que não fosse a falta de instrumentos legais, mas a má vontade do poder público, casada à deturpadas doutrinas de responsabilidade para com o outro, a responsável pela elevada taxa de acidentes. Ao casar o endurecimento da pena com ao início da fiscalização, a autoridade escondeu sua própria incompetência.
O que nos leva ao judiciário. Segundo pesquisa da FGV, encomendada pelo governo, o judiciário brasileiro tem o maior orçamento, em termos relativos ao PIB, do mundo e o segundo maior em termos absolutos, perde apenas para a Itália. O Juiz Federal de 1a instância brasileiro, controladas as diferenças, só não é melhor remunerado que seu par canadense (lembrem, o Brasil é o 1010 país mais “rico” do mundo, o Canadá, que é rico mesmo, é o 14o).
Bem, as causas da violência e da impunidade são um longo e penoso debate. Tentarei postar, em breve, minha idéia sobre o que motiva a impunidade no Brasil. Já deixo claro que, pelos dados que postei, não acredito que a violência que vivemos hoje tenha alguma relação, efetivamente considerável (ou seja, cai se as coisas mudarem), com: desigualdade, pobreza, capitalismo, falta de verba para justiça e coisas do tipo.
Para quem não entendeu o título, é uma homenagem aos que criticaram o jornalista americano que não disse nada além da verdade sobre o Rio de Janeiro. Rejeitar a verdade dita por ele pelo simples fato dele ser americano é prova de racismo e burrice, típica do cara que, ao flagrar a mulher com outro na cama, queima a cama, verdadeira culpada pela traição.
Abs
José Carneiro
O QUE APROXIMA E O QUE AFASTA
terça-feira, 20 de outubro de 2009
11:11 20Oct09 RTRS-REEDIÇÃO-JURO-DI realiza e devolve alta, IOF ocupa foco
Na véspera, após o fechamento do mercado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a partir desta terça-feira haverá cobrança de alíquota de 2 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de dólares direcionados para investimentos em renda variável e renda fixa.
Desde a última sexta-feira, a parte longa da curva de DI vem sendo afetada por notícias relacionadas à questão. Apenas o contrato para janeiro de 2012 aumentou 0,21 ponto percentual nos últimos dois pregões, chegando a alta de 0,33 ponto se considerado o patamar máximo registrado mais cedo. "O mercado antecipou bem", disse o diretor de uma corretora.
Às 10h58, o DI janeiro de 2011 <2dijf1> projetava 10,460 por cento, ante 10,48 por cento no ajuste da véspera. A taxa para janeiro de 2012 <2dijf2> situava-se em 11,710 por cento, ante 11,73 por cento no ajuste anterior e 11,85 por cento no teto desta sessão.
De modo geral, a medida não foi bem recebida por participantes do mercado financeiro, mas alguns deles não consideram que haverá um impacto significativo no caso do segmento de renda fixa. Marcus Moldes, estrategista no Itaú Securities, em São Paulo, é um deles e lista razões para tal visão.
Segundo ele, se o investidor permanecer no país por dois ou três anos o efeito da taxação diminuirá; estrangeiros focam a parte longa da curva, que tem diferencial maior ante taxas globais; para captar os ganhos dos juros, as aplicações em renda fixa precisam ficar no país por um logo período; e a medida não muda os bons fundamentos para o Brasil nos próximos anos.
Tony Volpon, estrategista no Nomura Securities, em Nova York, tem uma avaliação mais negativa. No caso da renda fixa, ele estima que isso diminuirá o fluxo para títulos do Tesouro Nacional, o que deve elevar o prêmio pago por esses papéis nos leilões, fazendo com que pague mais para rolar sua dívida. Um prêmio maior nos leilões também leva à alta as taxas dos DIs.
"E quem paga a conta do Tesouro é o contribuinte. O estrago que isso faz ao Tesouro é substancial", destacou. Para o estrategista, o governo deve perder dinheiro com a medida, uma vez que um eventual impacto positivo na arrecadação deve ser anulado pelo maior pagamento de juros.
TESOURO OFERTA ATÉ 450 MIL NTN-B NA 1a ETAPA
O Terouro Nacional realiza nesta sessão a primeria de duas etapas do leilão de NTN-B (indexado ao IPCA), com a oferta de até 450 mil títulos, sendo 300 mil para papéis a vencer em novembro de 2011, agosto de 2014 e agosto de 2020; e até 150 mil para agosto de 2024, maio de 2035 e maio de 2045.
O acolhimento das propostas acontece das 12h às 13h, com resultado a partir das 14h30.
Antes da abertura, a Fundação Getúlio Vargas informou que o IGP-M subiu 0,04 por cento na segunda prévia de outubro, ante alta de 0,41 por cento em igual período de setembro. A desaceleração significativa refletiu estabilidade de custos no atacado e no varejo.
(Por Paula Laier; Edição de Alexandre Caverni)
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Governo e os economistas keynesianos se confunde sobre (quase) tudo
O engracado eh que os economistas academicos, supostamente keynesianos, que ficam reclamando sobre a necessidade de extinguir as LFTs, titulo “curto” por excelencia, são os mesmos que agora pedem para impor IOF sobre o capital estangeiro, o único agente de mercado que poderia servir de parceiro para um alongamento ordenado da divida e a eventual extincao das LFTs. Que piada.
Outra contradicao evidente eh o governo contratar uma pauta de investimentos que inclue PAC, Copa, Olimpiadas e Pre Sal, e ficar afungetando os investidores estrangeiros, que de alguma forma ou outra vao ser chamados para financiar boa parte desse investimento. A simples realidade eh que vamos passar por um periodo de forte apreciacao cambial e crescentes deficits na conta corrente para fazer jus a tudo isso, já que esse capital vai vim de fora. Em um segundo momento teremos que pagar tudo isso, e a saida de juros e dividendos deve elevar a demanda por divisas e assim desvalorizar o cambio. Um verdadeiro fundo soberano vai ajudar quando, por exemplo, o petroleo do Pre Sal sair do chao, mas não há NADA a fazer para controlar a pressao sobre o cambio que a fase de investimentos vai trazer. Não tem como investir em tudo isso, exigindo forte componente de producao nacional, e não ver o cambio apreciar.
Outra contradicao ambulante eh a ideia de um tal fundo “soberano”, financiado com titulos de longo prazo do Tesouro, para comprar dolares. Bom, se hoje o fato eh que o grande comprador desses titulos são os investidores estangeiros, que para isso tem que vender dolares, como que tal fundo vai se financiar sem, ao mesmo tempo, gerar o tipo de fluxo de divisas que ele foi feito para impedir? Eh o infeliz desconhecimento da realidade do mercado por economistas supostamente keynesianos que gera esse brutal nivel de confusao.
Entao seria muito bom para o pais se o governo e os economistas supostamente keynesianos que hoje circulam o Monisterio da Fazenda parem para pensar que as escolhas já foram feitas, e que não vamos poder ter “tudo ao mesmo tempo”. Todo esse papo de IOF, controle de capitais, fundos “soberanos”, e outras besteiras somente vai aumetnar o custo de captacao desses recursos que o Brasil precisa.
Tony Volpon
Mais-Valia não é Axioma (Crítica à Esqueda)
A Teoria Econômica e Sociológica Marxista é recordista na criação de tais axiomas. É óbvio que tal fenômeno não é responsabilidade de Marx, autor que inclusive adiou a publicação do restante (volume 2) do O Capital após o surgimento das idéias utilitaristas. Os responsáveis por esse erro crasso são os próprios seguidores e defensores do marxismo que, por preguiça ou desleixo, não demonstram nenhuma preocupação em realmente estudar o que propôs Marx e o que diziam seus oponentes.
Vamos por partes, o que permitirá a correta contextualização do debate que pretendo trazer.
Política como elemento de transformação:
Um argumento muito comum entre esquerdistas é que antes de econômica ou sociológica, a Teoria Marxista é uma teoria política da transformação, enquanto as outras vertentes, especificamente o liberalismo, são teorias que buscam manter o status quo. Por ser uma doutrina de fato política, não seria necessário ao Marxismo o tipo de coerência científica exigida pelos liberais, defensores de tudo de ruim que há no mundo. Logo, pouco importa se há ou não coerência na idéia de Mais-Valia, Acumulação Primária etc, o relevante é sua utilidade como instrumentos para a transformação.
Uma construção como a do parágrafo anterior é tão errada que é até difícil saber por onde se deve começar a criticá-la. No caso do liberalismo ou do comunismo, ambos pregam transformação e mudança no status quo e ambos prometem algo parecido, a melhoria das condições de vida dos seres humanos. A discordância básica é no modo como tal melhoria ocorrerá.
Para a teoria liberal os três maiores meios de transformação e melhoria da sociedade são: o livre comércio, a liberdade individual e a livre iniciativa. Um liberal não tem uma definição exata do significado de melhoria, cabe ao próprio indivíduo, através de suas escolhas e ações, a determinação do que é ou não melhor. Caso trabalhe para um patrão opressor, ele mudará de emprego, se todos seus colegas concordam com ele, o patrão rapidamente ficará sem empregados e caminhará para a ruína. A livre iniciativa, associada à mercados financeiros desenvolvidos, permite que os empregados sempre tenham uma opção ao trabalho assalariado. O comércio é uma das principais forças de transformação, foi ele o responsável pela queda do Antigo Regime na Europa, ele é fundamental para derrubada de oligarquias regionais e pelo surgimento de novas e melhores oportunidades de emprego e consumo. A transformação da sociedade é contínua e voluntária, reflete as escolhas feitas por cada indivíduo em seu dia a dia e no tipo de valores que transmitem para seus filhos. No liberalismo a transformação ocorre de baixo para cima, não há revolução ou contra-revolução, não há violência pelo simples fato de ser legítima.
Para um socialista/comunista, a transformação é política e ocorre de forma organizada e planejada através da condução cuidadosa dos assuntos da sociedade de maneira a se obter o resultado final planejado pelos políticos. A classe política tem pleno conhecimento do que é melhor, de qual é o significado do termo desenvolvimento e que rumo ou caminho deverá ou não ser traçado. Os condutores da transformação, que por algum motivo não são representantes do status quo e têm como único interesse a melhoria dos padrões de vida da população para aquilo que eles definem com melhor, serão capazes de diagnosticar quais relações sociais devem ser influenciadas/alteradas para que o devido processo de transformação ocorra. Nessa lógica, através da leitura política das relações sociais se determina os pontos focais da ação política organizada, que provocará a ruptura do status quo e representará um passo adicional rumo ao mundo mais justo. É através da leitura política das relações sociais e de sua devida manipulação que o objetivo final, determinado como final pelas lideranças, é alcançado. Por enfrentar “corajosamente” o opressor e injusto status quo, que fatalmente reagirá, é possível que essas ações tenham que apelar para a violência, organizada é claro. De qualquer forma, sendo o socialismo o ápice do desenvolvimento social, isso segundo o materialismo histórico de Marx, nenhum movimento político será questionável, pois visa um bem maior, que supera o direito ou o bem-estar de um único indivíduo, o estágio último do desenvolvimento humano, o socialismo.
Bem, doutrina política ou não, toda e qualquer idéia que visa mudança deve ser capaz de determinar o que deve ou não ser alterado. Para isso se faz necessário um modelo lógico capaz de explicar as relações sociais. Ora, se quero, através de minha ação, alterar o estado das coisas de A para C e para isso uso a política D, precisarei de algo que me diga o que é D e como pode ser implementado de forma a conduzir a situação A para a situação C.
Como o parágrafo acima deixa claro, classificar o questionamento das estruturas lógicas que fundamentam conceitos como Mais-Valia, Exploração Capitalista etc como irrelevantes, pois no fim a doutrina é política e não econômica, é um erro elementar. Sem diagnosticar da melhor forma possível o modo como as relações sociais ocorrem e o que determina o comportamento dos agentes dentro de uma sociedade, não é possível construir nenhum tipo de Política da Transformação.
Não importa se a maneira escolhida para se estudar as relações sociais segue uma metodologia de construção lógica, como faz a moderna sociologia, antropologia e parte da economia, ou formal matemática, abordagem dominante na economia. O fato relevante é a necessidade de métodos e modelos coerentes para se interpretar as relações sociais, só assim elas poderão ser transformadas politicamente. Nesse sentido se faz necessária a crítica cuidadosa de parte considerável da ideologia de esquerda que, atualmente, ao invés de buscar a efetiva compreensão das relações sociais, suas causas e conseqüências, tem tomado como verdade conceitos ultrapassados e metodologicamente frágeis. A fuga típica, “não estou preocupado com a formalização lógica que você quer, pois essa é uma doutrina da transformação” é um erro que só prejudica a causa da esquerda socialista, pois é incapaz de determinar de maneira objetiva o quê deve ser transformado e quais são os instrumentos adequados para tais transformações.
Na incapacidade de determinar os métodos mais adequados, a retórica violenta e incoerente domina o discurso de parte considerável da esquerda socialista, enquanto a desorientação e a busca incessante de maneiras para justificar uma forma de atuação, tomada como verdadeira e correta sem que haja um verdadeiro motivo para isso, termina por aproximar políticos responsáveis da esquerda de verdadeiros charlatões teóricos, hoje personificados em keynesianos “modernos” ou desenvolvimentistas (é obvio que esta não é uma definição que vale para todos eles).
Mesmo que aceitemos o ser de sabedoria suprema personificado no líder de esquerda que sabe o que é “A Melhor Sociedade”, caso este ser supremo utilize modelos de análise da sociedade ruins, ele jamais será capaz de levar a sociedade do ponto atual de desenvolvimento para o “A Melhor Sociedade”.
Se o militante típico da esquerda socialista não for capaz de criticar a fraqueza do modelo de observação social que o hoje aparelha sua estrutura lógica de análise, e classificar as falhas como menos importantes dado o fato do socialismo ser uma Política da Transformação, toda e qualquer tentativa de melhoria que ele conduza estará fadada ao fracasso e, fatalmente, as pessoas que sofrerem os reflexos das ações desses militantes terminarão pior do que começaram, seja essa mudança medida sob a ótica liberal ou socialista.
Nesse ponto é útil abordarmos alguns esclarecimentos iniciais. Economia é antes de tudo uma ciência apriorística, enquanto a história é uma área de estudo que depende de ciências apriorísticas. Sem a estrutura lógica oferecidas pelos demais ramos do conhecimento, os documentos e registros que compõem o cerne da pesquisa histórica não passam de fatos isolados, papéis perdidos e relatos desconexos. O historiador depende de seu conhecimento apriorístico, derivado de outras ciências, para construir os nexos causais entre os documentos e relatos, e assim construir o quadro descritivo lógico do passado. Os próprios documentos e relatos são classificados como úteis ou não com base nas ciências e crenças apriorísticas do historiador.
Feitos esses esclarecimentos iniciais, sigamos para a Mais-Valia e, conseqüentemente, à idéia do empresário explorador.
Os economistas clássicos foram os pioneiros no enfrentamento do problema do valor. As questões básicas eram entender o processo de formação dos preços, o impacto e o que causava a divisão do trabalho, o processo de trocas e o que determinava a riqueza de uma nação (uma questão que marcava um duro contra ponto às idéias mercantilistas).
Na busca por respostas, o processo de formação dos preços era questão central. David Ricardo, economista responsável pelo desenvolvimento da teoria das vantagens comparativas do comércio, levou a teoria do valor-trabalho ao seu limite. Marx utilizou os ensinamentos de Ricardo e Smith para desenvolver sua teoria da Mais-Valia e da exploração.
Segundo a teoria do Valor-Trabalho, tudo pode ser reduzido a trabalho e o preço de um bem ou serviço é igual ao somatório do trabalho necessário à sua produção. Essa teoria fez frente às idéias dos Fisiocratas franceses, que defendiam que todo valor vinha da terra. Para o homem que acredita na teoria do Valor-Trabalho, todo valor vem do trabalho.
Segundo Ricardo, mesmo uma máquina, bem de capital, poderia ser reduzida ao trabalho que fora anteriormente gasto em sua produção.
É essencialmente desta construção teórica que surge a idéia de exploração do trabalhador. Ora, se o valor de um dado produto é o somatório do trabalho necessário para sua produção e o capitalista obtém lucro, ou algum tipo de renda, isso só pode ocorrer através da indevida apropriação de parte da renda gerada pelo trabalho dos empregados. Então, o capitalista só prospera mediante a exploração das massas trabalhadoras.
A diferença entre o valor de uma mercadoria e o que foi pago ao trabalhador é a Mais-Valia que, segundo Marx, pode ser medida de forma absoluta ou relativa.
Há um grave problema nessa construção. Ela não é capaz de explicar de forma satisfatória o processo de formação dos preços de mercado. Se a teoria do Valor-Trabalho é valida, dois produtos que demandem a mesma quantidade de trabalho têm que, necessariamente, valer a mesma coisa, mas não é isso que se vê nos preços de mercado. Esse problema, transformar insumos em preços, passou a ser conhecido como problema da transformação e tornou-se o calcanhar de Aquiles da Teoria Econômica Marxista e, conseqüentemente, de sua teoria sociológica e da idéia de exploração capitalista.
Ainda com Marx vivo e antes da publicação do segundo volume de O Capital, que só ocorreu após sua morte, surge uma teoria alternativa de explicação do valor, a teoria da Utilidade, segundo a qual os agentes econômicos são motivados por fatores subjetivos e buscam maximizar sua satisfação. Para a teoria do valor segundo a utilidade, os consumidores atribuem valores subjetivos aos produtos que consomem no mercado, só compram se o benefício marginal do consumo for superior ao preço. Por sua vez, o produtor, que busca maximizar seu lucro, só ofertará se o consumidor estiver disposto a pagar o equivalente ao custo marginal de produção. Dessa forma há dois problemas resolvidos individualmente: o consumidor observa os preços de mercado e consome até o benefício marginal do consumo igualar seu custo marginal (preço) e o produtor aumenta a produção até que o custo marginal iguale sua receita marginal (preço).
A teoria do valor com base na utilidade marginal se mostrou muito mais eficaz e capaz de explicar o processo de formação dos preços de mercado e o comportamento dos agentes econômicos.
Ao longo do século XX, alguns economistas marxistas tentaram responder aos questionamentos feitos à teoria do valor de Marx, principalmente aos pontos levantados por Böhm-Bawerk, dentre eles destacam-se: Bortkiewicz, Winternitz e Meek. Porém, nenhuma dessas contribuições foi capaz de construir um modelo de análise mais rico e aplicável do que o proposto pelos utilitaristas.
Sraffa é outro economista que teria apresentado uma possível solução aos problemas da Teoria do Valor-Trabalho. Em seu livro “Produção de Mercadorias por Meio de Mercadorias”, ele apresentou uma possível alternativa à teoria da utilidade marginal, ao desenvolver a teoria de preços proposta por Ricardo.
Mesmo entre historiadores marxistas há forte confusão sobre o sucesso das respostas ao problema da transformação. Por ser um dos alicerces de todo o pensamento marxista, sua defesa sempre foi algo importante. É útil notar que as respostas dadas são muitas vezes contraditórias entre si, assim como os Volumes 1 e 3 de O Capital. Hunt (1978) dá um exemplo banal de tais contradições ao, num momento, defender a obra de Sraffa como a resposta derradeira aos problemas da Teoria do Valor-Trabalho e, em seguida, ao falar apenas sobre Sraffa, definir suas respostas como inadequadas.
Mesmo a psicologia moderna tem utilizado modelos baseados em satisfação subjetiva e utilidade para estudar o comportamento dos consumidores. As respostas encontradas têm sido julgadas, pelos próprios psicólogos, como satisfatórias.
Sem que haja uma construção teórica adequada que justifique a existência da Mais-Valia, todo e qualquer conceito desenvolvido com base nela está construído sob solo de areia. Mais impressionante que a teimosia de alguns em construir casas em pântanos é o fato de não dedicarem ao menos parte de seu tempo no estudo da areia e das marés, mas limitá-lo à leitura superficial de idéias ultrapassadas e à construção, diante da incapacidade de respostas adequadas, de axiomas frágeis.
Abs
José Carneiro