Muito se tem comentado sobre as causas da crise económica mundial, seja ela poblemas inerentes ao sistema financeiro; as politicas monetárias falhas ou ateh uma suposta crise no pensamento económico. Mas agora que estamos vendo sinais concretos do final da crise, deveríamos discutir como a atual crise foi também differente ns suas consequencias.
Especificamente, porque que a economia mundial não somente evitou uma depressão, mas em muitos lugares já vê o final de relativamente curtas recessões? Porque que as previsões mais sombrias não se concretizaram?
Eu acredito que cinco teses podem ser apresentadas sobre as ”surprendentes” consequencias da crise atual:
1. Pela primeira vez, países emergentes conseguiram seguir politicas anti-cíclicas: Essa foi a primeira grande crise global onde países como o Brasil conseguiram executar politicas monetárias e fiscais anti-cíclicas. Antes disso países emergentes sofriam fugas de capitais que forcavam os governos a apertar as condicoes monetárias e fiscais para controlar os efeitos inflacionarios da desvalorizacao cambial e diminuir a absorção da economia para diminuir a necessidade de capital externo. Os asiáticos aprenderam com a crise de 1997 que melhor ter farta cobertura de reservas do que depender do mercado ou do FMI em momentos de crise. Logo depois paises como o Brasil adoptaram a mesma estrategia (ponto para o nosso Banco Central, tão injustamente criticado na roda dos economistas académicos). Agora com ampla reservas, os emergentes (especialmente os asiáticos) conseguiram ser parte importante da solução a crise, adicionando demanda agregada no momento mais critico da crise.
2. Politicas anti-cilcicas tem “multiplicadores” maiores nos países emergentes: Não soh os emergentes conseguiram seguir politicas anticiclicas, mas os efeitos “multiplicadores” sobre a atividade/produto foram maiores e mais rápidos que nos países desenvolvidos. Isso foi devido a pouco endividamento dos consumidores desses países, em contraste aos ainda muito endividados americanos, por exemplo. Os consumidores emergentes foram mais “keynesianos” no seu comportamento, e politicas como corte de impostos tiveram êxito muito maior do que os nosso economistas keynesianos, sempre pregando a expansão dos gastosfiscais, estimavam (ver meu debate na época com o economista José Luis Oreiro). O grande sucesso dessas politicas foi chave para evitar o pior na economia mundial como na brasileira.
3. Diferente do passado, os emergentes não mais precisam do consumidor desenvolvido para “intermediar” sua produção: No passado recente pricisavamos do “consumidor final” nos paises desenvolvidos para movimentar a corrente de comercio mundial. Agora, devido em parte a expansao do credito, vemos mais e mais o “consumidor final” morar fora do norte desenvolvido, razão pelo qual não precisamos mais do consumidor americano para sustentar um crescimento global robusto. Isso faz parte das grnades mudanças geopolíticas que estamos vendo hoje (ver meu ultimo post neste blog).
4. Politicas monetárias heterodoxas, e não politicas fiscais, “salvaram” os EUA: Esta cada dias mais claro que foram as politicas “heterodoxas” do Fed que salvaram o EUA de cair em depressao, e não o tão debatido, e ainda somente parcialmente executado, plano fiscal do governo Obama. Temos agora prova definitiva que ateh em casos extremos como esse que a politica monetaria, e não maiores gastos fiscais discrecionarios, eh eficaz para combater os efeitos mais agudos da crise.
5. Mais e mais os EUA parece com um pais subdesenvolvido: Os paralelos históricos entre os EUA hoje e os países latinos dos anos 70 e 80 são gritante. Os EUA adotou um modelo de crescimento insustentavel, que, via inovacoes financeiras, endividou seu setor privado. Agora, como muitos paises Latinos no final dos anos 70, tenta manter o nível de atividade em alta trocando o endividamento provado pelo publico (lembran-se do PND II do governo Geisel?) Como os países latinos, o EUA esta fadado a, em algum momento, ter que sofrer por uma combinscao de desvalorizacao cambial, maior inflação e ajuste fiscal, como os paiuses latinos fizeram durante a crise da divida externa. Que o terceiro momento nesse ciclo ainda não eclodiu eh por causa da ainda existente disposição dos estrangeiros em tratar o dólar americano como moeda reserva. Já que a posição do dólar americano já esta enfrentando forte decadência, pode demorar mas ainda vamos ver os EUA sofrer uma crise que vai lembrar nosso anos 80.
Tony Volpon