quarta-feira, 28 de outubro de 2009

16:12 28Oct09 RTRS-JURO-Exterior ampara realização e DIs longos sobem antes de ata

Por Paula Laier SÃO PAULO, 28 de outubro (Reuters) - Na véspera da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado de DI mostrou alguma volatilidade, com a parte longa da curva de juros piorando à tarde, em uma quarta-feira de pouca liquidez e ambiente financeiro externo adverso.

As taxas abriram em alta, em meio a novos dados positivos sobre a retomada da economia brasileira, mas o quadro instável no exterior --com indicadores fracos sobre os Estados Unidos-- esfriou os negócios e os DIs passaram a oscilar ao redor da estabilidade. No meio da tarde, contudo, a deterioração nas bolsas no Brasil e nos EUA, acompanhada do fortalecimento do dólar <.DXY> frente a uma série de divisas, inclusive o real , contaminou os juros futuros e amparou o movimento de alta. As vendas de novas moradias nos EUA caíram inesperadamente em setembro, na primeira queda desde março. No call das 16h, o DI janeiro de 2011 <2dijf1> projetava 10,22 por cento ao ano, ante 10,23 por cento no ajuste anterior e 10,27 por cento na máxima do dia. Janeiro de 2012 <2dijf2> estava em 11,45 por cento, ante 11,42 por cento no ajuste da véspera e 11,50 por cento no pior momento da sessão.

"A realização de lucros foi generalizada", resumiu o gerente da mesa de DI de uma importante corretora estrangeira em São Paulo, que pediu para não ser identificado. No mercado de câmbio, próximo do encerramento, o dólar à vista subia 0,9 por cento, a 1,755 real. O Ibovespa <.BVSP> cedia 3,4 por cento, enquanto o Standard & Poor's 500 <.SPX> declinava 1,2 por cento. A queda nos juros dos Treasuries <0#usbmk=> corroborava o quadro de aversão a risco.

VISÃO SOBRE OCIOSIDADE MERECE ATENÇÃO NA ATA O Banco Central divulga na quinta-feira a ata da última reunião do Copom, quando a Selic foi mantida em 8,75 por cento ao ano. Analistas não esperam grandes novidades no documento, uma vez que não houve alteração do comunicado que acompanhou a decisão.

Tony Volpon, estrategista para América Latina no Nomura Securities, em Nova York, não espera sinalizações significativas do BC sobre o rumo da Selic nesta ata, mas destaca que o documento, assim como os comunicados divulgados no término das reuniões do Copom, têm mais peso agora.
"Dado que exite uma grande dispersão de expectativas sobre quando o juro vai subir, e os diretores do BC sabem disso, eles irão sinalizar muito antes de agir para alinhar as expectativas e diminuir a volatilidade do ajuste. E isso se dará pelas atas e comunicados", explicou.

Um dos focos na ata estará na percepção do BC sobre o hiato do produto, que cada vez mais vem sendo considerado para decisões de política monetária. Uma queda muito rápida nesse indicador, inclusive, tem sido o principal argumento para as apostas de alta da Selic no início de 2010. Nesta sessão, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou melhora na confiança do empresariado, mas também observou que a utilização da capacidade instalada atingiu 82,9 por cento --o maior patamar desde novembro do ano passado.

[nN28293938] (Edição de Daniela Machado) ((paula.laier@reuters.com; 5511 5644-7764; Reuters Messaging: paula.laier.reuters.com@reuters.net))