A questão do reajuste das pensões e benefícios envolve um dilema.
Aqueles que defendem o puro e simples aumento de valores sem considerar de onde virão esses recursos certamente imaginam que, a qualquer custo, cabe a sociedade arcar com o ônus da escolha errada do modelo de previdência adotado pelo gestor. Nem seria tão errado tendo em vista que foi o voto que lá colocou o gestor que fez a escolha.
Também imaginam que cabe ao Estado decidir por defender aquelas pessoas que não souberam ou não puderam decidir sobre seu futuro.
Para eles é muito natural que o trabalhador que pagou toda sua vida por uma previdência seja também responsável pelo trabalhador que nunca pagou. Quando fazem o discurso de defesa das chamadas aposentadorias rurais, por exemplo, esquecem de avisar que, como o recurso é um só, é do recurso do trabalhador que pagou que sairão os recursos de quem não pagou.
Logicamente o caminho mais fácil é tributar. Não podendo é vender títulos públicos e formar mais dívida.
Véspera de eleições esquecem-se das propostas de reforma tributária, preferem dar os aumentos e chutar o abacaxi para o futuro. Ou seja para nós contribuintes.
Demetrio Carneiro