quinta-feira, 31 de março de 2011
INFLAÇÃO TRIBUTÁRIA
quarta-feira, 30 de março de 2011
O QUE A TAXAÇÃO RESOLVE OU NÃO
terça-feira, 29 de março de 2011
POLÍTICA CAMBIAL COMO DESCULPA PARA MAIS TRIBUTAÇÃO
domingo, 27 de março de 2011
SEM ILUSÕES. A CHINA É AQUI MESMO
sábado, 26 de março de 2011
MENSALÃO DO LULA VAI VIRAR POEIRA
BRASIL IMPORTA ALCÓOL COMBUSTÍVEL DOS EUA!!!!: MUDA A ESTRATÉGIA NACIONAL PARA OS COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS.
quarta-feira, 23 de março de 2011
VÍDEO PORTUGUÊS SOBRE O COMBATE À CORRUPÇÃO
Assistam ao vídeo é muito interessante.
Demetrio Carneiro
domingo, 20 de março de 2011
O CAPITAL POLÍTICO DA OPOSIÇÃO
Um pouco antes das eleições, quando já estava delineada a derrota de Serra, uma das questões era sobre o se faria com o capital político da oposição. Embora estive certa a vitória de Dilma as pesquisas também apontavam que não seria uma vitória esmagadora. Pelo contrário, tendo em vista a desorientação da campanha de Serra e o investimento pesadíssimo do governo Lula até que os números foram bem favoráveis.
Naquela época o que dizíamos é que a oposição deveria saber se articular rapidamente com base no debate propositivo e de olho na questão do desenvolvimento que deveria ser o ponto fraco, já que a proposta de Dilma era basicamente a mesma de seu antecessor: O estilo mais clássico do nacional-desenvolvimentismo.
De concreto, com a oposição focada nos debates pontuais, incapaz de apontar propostas objetivas, o capital vai se esvaziando e alguns parecem contar com uma crise que lhes abra uma saída ou com as contradições da amplíssima base de governo. Pode ser muito pouco. Logo saberemos. 2012 está ai na porta. Já.
Dilma conquista parcela expressiva dos eleitores de Serra
Demetrio Carneiro
sábado, 19 de março de 2011
ECOS DO PASSADO E AFIRMAÇÃO DO PRESENTE.
quinta-feira, 17 de março de 2011
KADAFI SERIA O DURVAL DO MUNDO OCIDENTAL?
Isolado e acuado Kadafi ameaça abrir seu baú de lembranças e trazer à público o financiamento de operações de apoiamento político na França. Imediatamente refutada pelas autoridades francesas. Há muito anos já correm notícias sobre o papel do ditador no financiamento primeiro do terrorismo e depois de movimento políticos e políticos, inclusive, associados a seus interesses no exterior. Evidentemente o “recado” não foi apenas para o presidente francês...
Vamos ver se ele resolve mesmo abrir o verbo. Pode ficar muito interessante.
Demetrio Carneiro
SORTEIO PARA ESCOLHER O PRESIDENTE?
Mais um texto de dica de leitura do “davidexpress”, se o próprio me permitir:
É um texto de Rudá Ricci e tem uma tese original sobre Dilma e outra sobre a oposição, embora não seja exatamente novidade.
O interessante é que dá como perdida a democracia representativa e passa por cima da direta, criando uma “democracia rondômica” , que até pode ter dado certo em algum lugar, mas que hoje é inviável dado o tamanho, a complexidade e ao “tempo estatal” que se mede em anos para avaliar efeitos reais das políticas públicas.
Talvez fosse mais oportuno é decretar ou morte do Presidencialismo Centralizador e Verticalista ou reconhecer a falência absoluta da República de 1988.
A aversão ao “político” é tão forte que a solução lógica : O parlamentarismo - separando o espaço público da produção e execução de políticas do espaço público negocial e produtor de política – que acaba relegado ao segundo plano e abandonado.
Claro que o estilo “o parlamento tudo resolve” das oposições não ajuda
Se Blairo, ex-PPS, reclama da falta de objetividade do parlamento é por que na verdade o regime parlamentar não existe mais. É só isto. Numa República digna do nome parlamento e executivo seria peças de um jogo de pesos e contra-pesos que a possibilidade de compra das maiorias parlamentares pela via do famoso caixa dois “que todo mundo faz”, como lembrou Lula, simplesmente eliminou.
Não dá para discordar que este caminho que estamos aponta diretamente para o suicídio.
Quanto à Dilma e sua Agorofobia, acho que não precisa de psicanálise ou leitura da clandestinidade feita pelo interessante, mas discutível na avaliação, texto do Ridenti. Basta entender o papel do Poste na política. Dilma foi um poste plantado por Lula para fazer o “seu” terceiro mandato. Assim, sem choro nem vela, bem no nariz da nação. Operação feita sem disfarces ou retoques. Cada de pau consumada e, pior, aceita e eleita.
Neste momento, que bem pode ser de transição, as pessoas estranham o silêncio depois de oito anos de falas diárias ou de dezenas de falas diárias. Esqueceram dos outros presidentes, muitos dos quais também não falavam tanto.
Talvez faça falta ou o Lula pautando Dilma, que era a denúncia e expectativa da oposição. Ou Dilma expressando abertamente seu desabrochar, como é esperança de muita gente. Enquanto não acontece uma coisa ou outra Dilma é o casulo e todo casulo tem um quê de mistério, pois entre a lagarta e a borboleta tem muita diferença. A principal é que a borboleta voa por conta própria.
Demetrio Carneiro
Agorafobia Política
Acabo de ler dois livros que motivaram este artigo. O primeiro foi “O fantasma da revolução brasileira”, de Marcelo Ridenti. Gosto dos livros de Ridenti porque são honestos, objetivos, sem firulas. Lembro de um livro que li, tempos atrás, onde descrevia os autores clássicos da sociologia, relacionando-os com as práticas políticas. Um trabalho típico de educador, honesto e solidário. Neste livro que acabo de ler, Ridenti retoma, ao final, uma expressão de Giannotti para descrever a esquerda brasileira que entrou na luta armada: “permanência representativa”. Seria algo como a ilusão da perenidade da representação dos partidos e organizações de esquerda em relação aos desejos das classes trabalhadoras. O autor vai mais além e retoma o impacto psicológico da clandestinidade, que impele à uma profunda solidão e à ida sem volta, já que a clandestinidade transforma o militante em profissional: está totalmente submetido à organização, que o sustenta, inclusive materialmente. Imagine o impacto psicológico desta prisão que aparta o militante do corpo social, da dinâmica tortuosa da vida política pública. O militante clandestino visualiza uma trajetória retilínea e o mundo lá fora dando voltas e trançando movimentos erráticos. O pior dos mundos para quem quer ser a expressão dos que estão lá fora.
O outro livro foi “O Poder do Povo”, de Yves Sintomer. O autor trabalha sobre uma tese das mais polêmicas: o sorteio como prática democrática. Retoma Aristóteles para quem as funções públicas que não requeriam experiência específica deveriam ser sorteadas, como ocorre na montagem do corpo de jurados num julgamento público. O autor descreve a experiência ateniense, de Veneza e Florença. A descrição da experiência do Grande Conselho de Veneza chega a causar vertigem no leitor: o conselheiro mais jovem saía à rua e retornava com a primeira criança que encontrasse, que retirava, por sua vez, bolas de madeira (denominadas “balote”) de uma urna. Daí eram sorteados 30 eleitos que se reduziam a nove após novo sorteio. Esses nove eleitos elegiam, então, 40 conselheiros por maioria qualificada, que eram reduzidos a 12, por sorteio. Esta rotina se repetia por nove turnos, até a escolha final do “doge” (o comandante, o magistrado supremo de Veneza). A candidata socialista da França em 2007, Ségolène Royal, sugeriu recentemente que se criasse um júri de cidadãos sorteados para avaliarem os governos. Em 2006, Marousi (cidade próxima de Atenas) evocou a experiência do sorteio para que 131 cidadãos definissem o candidato socialista à prefeitura.
Mas, o que teria a leitura dos dois livros em comum?
A noção que a democracia vai muito além da democracia partidária, onde os eleitos possuem uma grande autonomia para decidir em nome do voto. A democracia partidária parece se transformar num simulacro de espaço público (ou representação do espaço público). Trata-se mais de um arranjo privado, entre lideranças – quase sempre notáveis – de agrupamentos infrapartidários. Se representação é equivalência, onde estaria o par do líder partidário, que afinal define os candidatos que supostamente representarão os cidadãos. Onde nos perdemos para chegar a tal vertigem democrática?
Talvez, no momento em que a sociedade se fragmentou e acelerou os processos de mudança cultural, de comunicação, fragmentou os padrões de consumo e escolha ou construiu a “sociedade reflexiva”, as estruturas formais de representação política caducaram e se aproximaram da profissionalização política não-representativa do período de clandestinidade dos anos de chumbo.
Duas situações alertam para tal descompasso. O primeiro, o fenômeno de agorafobia que acomete a Presidente Dilma Rousseff. A agorafobia é o medo do medo ou uma antecipação do possível medo de situações não controladas. Dilma parece fazer uma ponte com seu passado de clandestinidade ao se abdicar do papel de liderança midiática. Dilma não é mais uma persona, mas uma instituição, o cargo mais alto da República Presidencialista de nosso país. Como ápice de todo um sistema político, é expressão pública da moral desta estrutura política. A Presidência da República é uma investidura revestida de uma aura cerimonial, uma distinção, uma honra que envolve o cargo oficial a partir do qual se estabelece a lógica política republicana.
Mas o que parece suceder à Dilma Rousseff é a dificuldade de se relacionar com este espaço público formal, cuja realidade não se confunde com as suas escolhas privadas, com a lógica de um escritório empresarial. Ser Presidente da República não é, necessariamente, ser como se é de fato, mas se submeter à uma lógica específica, nacional e coletiva, forjada na ética da responsabilidade política.
Dilma não parece muito à vontade em não ser o que é. Pior: não parece à vontade em assumir a investidura que o voto lhe conferiu.
Mas o pior é que o outro lado da moeda, a oposição, também parece acometida do mesmo problema psicológico. A oposição ao governo federal se enredou na “Síndrome da Tribuna Parlamentar”. Acredita piamente que o parlamento representa, de fato, a diversidade nacional. Mas todos brasileiros, como demonstram tantas pesquisas, acreditam que o parlamento representa a si. Aliás, algo que ex-governadores, hoje parlamentares, afirmam e reafirmam. Blairo Maggi (PR-MT), Jorge Viana (PT-AC), Eduardo Braga (PMDB-AM) e tantos outros ex-governadores, hoje senadores, estranham a lentidão e a falta de “senso de praticidade” do parlamento (cf. Folha de S.Paulo, 8 de março de 2011, p. A5).
A oposição perdeu, enfim, sua capacidade de se comunicar e, enfim, se fazer representante dos cidadãos.
O que faz de nossa democracia formal um diálogo entre iguais, uma espécie de oligarquia formalizada pelo ato simbólico (ou simulacro) do voto.
A não-representação do sistema político formal brasileiro gera algo próximo da vertigem da clandestinidade. Sendo que naquele momento, a vertigem se fazia sentir porque havia a ânsia de representação dos que se encontravam marginalizados ou submetidos ao regime militar. Nos dias atuais, o ritual das eleições impede qualquer sentimento de angústia. Talvez, apenas nos meses que antecedem às eleições, mas não no ato da representação efetiva.
Se a análise está correta, Sintomer e Ségolène podem ter dado a pista, sem o saber, para nossa reforma política. Contudo, para que desse certo, o fórum de formuladores da proposta de reforma política deveria ser sorteado entre cidadãos. Afinal, haveria um vício de origem se os atuais parlamentares decidissem sobre a sua real representatividade.
( Rudá Ricci )
quarta-feira, 16 de março de 2011
BRASIL: O PRÉ-SAL E O DESENVOLVIMENTO
Estamos aqui todos envolvidos num forte debate sobre o que está acontecendo agora, hoje:
Se o BC está ou não andando em gelo fino, se o governo estabeleceu ou não um piso para o PIB e como isto pode influenciar o crescimento, se o governo está ou não correto em olhar “além do horizonte” ou se é certo ou não controlar o fluxo da capitais e o que impactará no crescimento.
Agora, neste debate ainda, registro essa interessante, bom assinalar que é original, até onde sei, leitura do Tony sobre a inversão do equilíbrio do tripé. O Tony parte de uma lógica, sistêmica é bom dizer, de que o “sistema” tripé precisa ter equilíbrio, isto é, se você investe mais num ponto você precisa desinvestir no outro. Se o governo anterior apertou um lado e afrouxou o outro, este governo inverteu a direção das forças aplicadas. É uma percepção sobre método que procura ler questões de essência e não da aparência. É preciso ressaltar, pois este é o caminho do pensamento científico na economia. Aliás, a “marca” do Tony tem sido saber utilizar o pensamento científico e criador, chegando um pouco no pensamento acadêmico, mas sem todas aquelas formalidades, num segmento totalmente voltado para o conjuntural. Talvez esteja ai o “segredo” de seu consistente trabalho de acertos na previsão do comportamento do mercado e do governo.
De meu ponto de vista opino e reporto posições que me parecem relevantes nesse debate, mas sempre tenho insistido nas questões mais estratégicas, ligadas ao desenvolvimento e não apenas ao crescimento. Na realidade não acho impossível o governo Dilma “acertar” a recita de condução das políticas econômicas de curto e médio prazo. De fato, basicamente é uma questão de sensibilidade e leitura objetiva. Não acho impossível, mantido o atual quadro, que cheguem realmente numa política consistente de equilíbrio. Claro tem fatores limitantes como a leitura ideológica de Mantega e seu grupo, tem a salada e inconsistência etc. Contudo governo é governo e acho que nossa história demonstra que para cometer erros profundos/calamitosos é preciso ser muito mais incompetente do que são os atuais gestores da economia. O cenário que imagino não é o do desastre, mas o da mediocridade como tenho afirmado: Políticas econômicas mais ou menos consistentes, ai sim, limitadas pela inconsistência principal, a estratégia de longuíssimo prazo ou seja limitada pelas premissas de um modelo de desenvolvimento ele sim totalmente errado.
Para mim o ponto principal é que as políticas econômicas, monetária, fiscal, cambial, são instrumentos válidos de atuação pontual. São políticas reativas. As políticas pró-ativas, estruturantes são aquelas ligadas aos conceitos de desenvolvimento. Na realidade estas políticas se falam. Falam-se historicamente, pois as concepções de desenvolvimento de longo prazo em certa medida moldam as políticas econômicas e fornecem claríssimos limitadores. Claro que não elimino o papel isolado de cada uma, como não elimino a possibilidade de melhorar e aprimorar as políticas econômicas, tanto no sentido institucional como no estrutural. Nem mesmo elimino a obrigação da oposição em contribuir, naquilo que lhe couber, para a melhoria das políticas de governo. Aliás tenho convicção que ser oposição é isto mesmo: Criticar e propor.
Retornando ao fio do raciocínio. O Maurício Dias David me enviou, pelo mailing dele, o texto abaixo. Achei interessante replicar, pois fala um pouco sobre a importância de olhar cenários mais amplos, aqueles ligados ao desenvolvimento. O Pré-Sal foi um assunto badaladíssimo no pré-eleitoral, mas atualmente parece ter sido posto de lado, como se não existisse mais. O ponto deste artigo é justamente mostrar que o debate sobre o Pré-Sal, seus resultados e expectativas interferem diretamente em nosso desenvolvimento e suas estratégias.
Demetrio Carneiro
Economista-chefe do BNY Mellon alerta para riscos do "petrorreal"
A INTERNACIONAL AUTORITÁRIA
Enquanto o mundo assiste impávido a internacional de solidariedade entre os regimes autoritários no mundo de cultura árabe a situação na Líbia complica para a oposição. Talvez o petróleo e seu fornecimento sejam as questões mais relevantes a se considerar. Sendo assim, por exemplo, a chamada “zona de exclusão aérea”, que evitaria o virtual massacre da oposição à Kadafi, é postergada, quem sabe por conta de uma “solução natural” ou seja, o fim da oposição.
Demetrio Carneiro