terça-feira, 4 de setembro de 2012

OS R$ 133 BI DE DILMA E O CABO DAS TORMENTAS

Foi com estardalhaço, e muita comemoração de segmentos interessados nas PPPs, que o governo divulgou investimentos em infraestrutura na ordem da centena de bilhões de reais, destinados a nos conduzir pelo Cabo das Tormentas. 


Agora a Folha relata o fracasso de uma missão governamental enviada a Europa para tentar atrair investidores:
"A equipe que viajou à Europa para apresentar os planos de administração dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (Grande BH) aos grandes operadores do setor voltou pessimista em relação ao interesse pelo sistema em que a Infraero mantém o controle de uma holding para gerenciar aeroportos, em parceria com sócios privados. "

Também falamos dessa leitura que quer colocar o Estado no controle de tudo e de todos. Veja também. Isso num contexto onde Estado e neo-patrimonialismo andam de mãos dadas.

Falta perguntar: Tem como dar certo?

Ainda no ramo da travessia do Cabo das Tormentas e na mesma matéria da Folha : "Dilma vai destacar (durante fala na TV dia 6 de setembro) que o governo já adotou medidas para impulsionar a economia e que novas serão lançadas para favorecer os investimentos produtivos. O principal exemplo será a redução do custo da eletricidade."

O governo vai esgotando todo um arsenal de medidas anti-cíclicas e nem por isso a economia responde. A pesquisa Focus continua semana a semana reduzindo a expectativa de produto, agora tendendo a 1,5%, e a aumentar a expectativa de inflação. Vai ficando evidente que essas medidas acabam mais do lado da inflação do que do lado do produto.

Voltando à pergunta: Tem como dar certo quando não se trata da caixinha de ferramentas econômicas ou das políticas econômicas enquanto técnicas, mas sim da Política econômica estruturada numa lógica de Economia Política obsoleta?

Demetrio Carneiro