sábado, 8 de setembro de 2012

A REDUÇÃO DE TRIBUTOS NA ENERGIA VAI CONTRA AS INOVAÇÕES DA ENERGIA ALTERNATIVA?

Não chega a ser novidade que uma das dificuldades, há muitas outras,  para lidar com formatos de energia no Brasil que não seja a hidráulica das grandes usinas, está nos custos. A energia atômica, eólica, luz solar, biomassa e mesmo a hidráulica em baixa escala realmente tem custos bem mais altos.
Dai para afirmar:

As medidas de redução do preço da energia elétrica podem ser um novo entrave para a cogeração de energia elétrica a partir de biomassa. Segundo o presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, com os atuais preços da energia os investimentos em biomassa já não são viáveis. Assim como energia eólica e de térmicas movidas a gás e diesel, o preço da energia de biomassa é mais caro do que a hidrelétrica.

Rodrigues diz que os investimentos em cogeração de biomassa apenas são viáveis se feitos em conjunto com a produção de etanol, em novas usinas greenfield (projetos criados a partir do zero). "Para que isso ocorra, contudo, o governo precisa resolver a política para o etanol hidratado carburante", completou.

(matéria do Estado de São Paulo - Unica critica redução de preço da energia, 07.08.2012)
vai uma boa distancia.

A indústria sucroalcooleira é dependente do Estado desde sempre. Vista como estratégica para a exportação foi sempre protegida. Em anos recentes vista como estratégica na política de combustíveis foi também protegida. Embora a leniência governamental tenha mudado o sentido e a direção ao priorizar a exportação do açúcar e não a produção do combustível ao ponto de nos transformarmos de produtores em importadores de álcool combustível.

Certamente a consolidação de outras alternativas energéticas depende de questões institucionais, fontes de investimento, interesse público e governamental, escala etc., mas também com certeza não será a renúncia que vai impedir qualquer coisa.
Há muita coisa para discutir, mas não é por ai... 
Demetrio Carneiro