Os tomadores de decisão brasileiros e americanos convergem no questão de ter o emprego como meta, sem que considerem a inflação como uma restrição. Ambos olham para o consumo como mola propulsora e o melhor atalho para uma retomada rápida do ritmo de crescimento.
Americanos irão apostar na reedição da alavancagem da economia via hipoteca. Desta vez administrando com mais sapiência o lado podre do processo. A se ver. Ou não.
E os brasileiros apostarão em quê exatamente?: parece que é uma questão meio de fé. Vamos ter fé que a economia se mantenha o suficiente para que a classe média continue gastando, já que ainda há espaço para dívida e a inadimplência melhorou etc. Lá na frente uma pequena aceleração vai pressionar os limites do produto potencial, como sempre. O subdimensionamento da economia, dados por seus limites institucionais e estruturais não parece ser uma preocupação desde que la nave vá...gerando empregos e renda real.
Do outro lado do oceano a economia européia se enrosca na falta de coragem dos líderes políticos europeus, pouco dispostos a mostrar a seu eleitores que algum pedaço da zona de conforto precisará ser sacrificado.
Aliás o tema principal tinha que ser zona de conforto. Todo mundo está na crise, mas ninguém que abrir mão de sua própria zona de conforto. Preferem que o vizinho ao lado faça isto.
Demetrio Carneiro