quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

BANCOS FATURAM BEM NAS DUAS PONTAS: TRANSAÇÕES BANCÁRIAS E COMPRA DE PEPÉIS PÚBLICO

Não tem muita mágica nos sucessivos recordes de faturamento dos bancos nacionais, públicos ou privados.

Além de ser necessário que o gestor público da economia jogue os juros nas nuvens para segurar a inflação(1) ou para vender papéis necessários à rolagem da nossa pequena dívida pública(2), movimento por si capazes de “estimular” maiores juros nos empréstimos bancários e, evidentemente maiores lucros, os bancos também são constrangidos a comprar os papéis públicos cujos altos juros justificam o aumento dos juros das operações bancárias. É quase uma tautologia.

Claro a contrapartida dos altos lucros bancários é um componente de custo proibitivo nos empréstimos bancários. Ai o BNDES entra de salvador da pátria emprestando a juros bem baixinhos. O Tesouro Nacional fica obrigado a gerar recursos no banco para manter a política. Ai os juros sobem novamente e os bancos sobem seus juros e ganham mais lucros e a vida segue.

Típica situação do tipo “se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come”.
Se o contribuinte, o pobre do contribuinte, tiver em vista que toda esta festa acaba chegando ao bolso dele na forma de mais tributos dá para perceber que está duplamente ferrado, do outro lado da simetria onde os bancos se dão duplamente bem.


Demetrio Carneiro

(1) Teoricamente antes de baixar a Selic ainda sobre pelo menos 1%.
(2) Comparativamente com os países avançados, como já nos avisou Mantega, a nossa dívida é pequena.