A Secretaria do Tesouro Nacional divulgou hoje, terça, 26, o Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública, além de prever uma possível expansão do estoque da dívida de mais de 15% com relação à 2009 ( de R$1,49 tri. para um máximo de R$1,73 tri. ), aponta uma clara estratégia de desviar a remuneração dos papeis em Selic (de 33,4% em 2009 para um mínimo de 30% em 2010) para outros índices. Já a estrutura dos vencimentos de curto prazo, 12 meses e de médio prazo, 36/48 meses não tem previstas significativas mudanças.
Além do crescimento acelerado da dívida, que pode ser debitado às políticas de expansão fiscal com objetivo de combater a redução da atividade econômica, antes, agora são outros os motivos, é interessante observar como vai se preparando o terreno para aumentos na taxa Selic.
Na semana passada já comentávamos a tentativa de utilização de instrumentos fiscais com vistas a tentar conter uma possível aceleração do ritmo inflacionário. Há uma enorme distância entre o discurso político das “vontades” e o mundo real da economia.
Evidentemente essa gestão trabalhará para esticar ao máximo a data a partir da qual a taxa Selic será alterada para cima, mas isso acabará acontecendo, pois a política eleitoral de expansão dos gastos induzirá a isso.
A atitude da Secretaria do Tesouro é apenas o reconhecimento do inevitável.
De qualquer forma é conveniente guardar essas informações de estoque, sua evolução e perfil. Serão úteis quando iniciar o verdadeiro debate sobre as necessidades de financiamento que serão geradas pelo Pré-Sal, Copa e Olimpíadas. Estamos só no começo.
Demetrio Carneiro