domingo, 24 de janeiro de 2010

TIRO NO PÉ


Os defensores da dupla nada dinâmica “+Estado/+Gastos” insistem em ignorar o simples fato do caráter altamente regressivo da carga tributária brasileira. Essa leitura liga diversos economistas atualmente. A crise econômica e o papel do Estado na redução do seu impacto e na retomada do crescimento econômico foram potentes estímulos para a volta das propostas econômicas que dão ao tamanho do Estado e sua capacidade da gasto preponderância. Evidentemente gastar mais significa tributar mais.


Pesquisa divulgada domingo, 24, no Estado de São Paulo mostra com bastante clareza que a altíssima carga tributária brasileira já chegou à percepção dos eleitores. Certamente vai gerar muito debate, pois desmonta muitas lógicas eleitorais.


Segunda a matéria “pesquisas indicam que 7 em cada 10 brasileiros defendem redução de impostos e não de juros para gerar empregos”. Mais “67% das pessoas com renda familiar de até R$465,00 dizem preferir um presidente que reduza os impostos dos alimentos para que se compre comida mais barata a um que aumente o Bolsa-Família – opção de 32% dos entrevistados.”


Deve haver no passado desse Blog mais de uma dezena de posts tratando dessa questão do caráter regressiva da carga tributária e da percepção das pessoas. Agora a pesquisa vem confirmar.


Forçar o debate para o lado do “somos todos iguais, somos todos contra os juros” (quem não é?), sem mostrar claramente que existe um modelo de Estado que está relacionado com um específico modelo de desenvolvimento e que esse modelo de Estado implica sempre em mais tributação parece não ser a melhor estratégia. Alguém pode estar dando um tiro no pé.


Demetrio Carneiro


Eleitor pobre quer corte de tributos


A elevada carga tributária é apontada pelo eleitor de baixa renda como o maior empecilho para a geração de emprego e o aumento do consumo no País. Sete em cada dez brasileiros defendem a redução dos impostos, e não dos juros, como forma de gerar empregos - 65% aceitam menos programas sociais, como o Bolsa-Família, se a contrapartida for reduzir tributos para derrubar os preços.