quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DEMOGRAFIA, ECONOMIA E ELEIÇÕES


Já é fato sabido o envelhecimento da população brasileira. Também já é fato sabido o impacto que irá gerar na questão da Previdência e sua reforma que jamais acontece.
O que muitos ainda não tomaram conhecimento é de um outro problema demográfico que começa a virar assunto no debate econômico do desenvolvimento e deveria nos interessar de perto: A chamada “Onda Jovem”.


Por peculiaridade nossa e de outros países “emergentes”, provavelmente ligada à redução da mortalidade infantil, estamos vivendo um momento de crescimento relativo de nossa juventude. Claro, mais à frente, em talvez 20 anos, esse mesmo crescimento relativo acabará impactando a impactada previdência. Mas o fato é que esse crescimento especificamente está fora da linha.


A notícia boa é que teremos um incremento na mão-de-obra disponível, o que viabilizará um processo de crescimento mais acelerado. Digamos que faltará menos mão-de-obra. Isso já foi notado pelo estrategistas ligados ao mercado financeiro e aparece como ponto positivo na definição de destinos de investimento.
A má notícia é que teremos um incremento na mão-de-obra disponível. Evidentemente serão necessárias políticas públicas que acolham esse “a mais” num contexto em que elas mal conseguem acolher o que existe. Estamos falando de políticas públicas para “antes”, que tratem da qualificação(educação/capacitação/realocação) dessa mão de obra e políticas públicas para o “depois”, a Previdência feita de forma correta, não esta “coisa” que está ai. Mas também estamos falando de políticas públicas para o “durante” que é o emprego qualificado que forneça renda e estabilidade. Não a estabilidade que a lei forçou, mas a estabilidade que vem do crescimento sustentado da economia.


Não esquecer que foi um fenômeno semelhante, o “baby boom”, no pós guerra americano que sustentou o crescimento acelerado dos fundos de pensão, que acabaram se tornando um dos principais pontos de alavancagem da economia americana.


Qual programa de governo se habilita?


Demetrio Carneiro