Qualquer hora dessa o Lula ainda acaba recebendo um título de “Economista do ano”. Com a falta de senso crítico de nossos economistas não é muito difícil que confundam o
“falar-de-economia” com o “lidar-com-economia” de forma profissional ou acadêmica.
De qualquer forma Lula já se auto-outorgou o título de “sabe-tudo-da-Estratégia-Nacional-brasileira”.
Segundo o Palácio da Alvorada e o nosso Ministro do Exterior a decisão é política e fundada na Estratégia Nacional. Faltou complementar: Estratégia Nacional do Lula, elaborada pelo MA Garcia, ídolo de nossa esquerda lulo-desenvolvimentista.
Estamos falando do mesmo grupo que elabora nossas estratégias de aproximação com Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad, que coincidentemente assumem estratégias de aproximação com Nicolas Sarkozy. Os dois últimos com uma clara visão de convergência para a América Latina. Claro nossa aproximação tem tudo a haver com a construção da democracia e da paz no mundo, que são nossos objetivos estratégicos mais sólidos enquanto nação.
Conveniente notar que é um presidente em final de mandato adotando medidas que vão além, muito além de seu mandato. Por uma questão apenas prudencial este é um assunto que não deveria ser levado adiante neste momento. Ao que parece Lula ficou muito impressionado com a "herança maldita do FHC" e agora parece decidido a nos legar a "herança bendita do Lula". A Copa "resolvida", a Consolidação das Leis Sociais- que vão inscrever para todo o sempre a sua imagem ao lado Getulio, responsável pela outra consolidação, a das lei do trabalho - e, agora, os jatos franceses, vistos como um facilitador para aproximação com a França.
Evidentemente a comissão de oficiais especialistas do ministério da Aeronáutica não tem o direito de intervir nas escolhas do soberano, desculpem, presidente. E o Jobim, bom o Jobim não passa de um chato...
Demetrio Carneiro
Jobim decide fazer seu próprio relatório sobre caças
Em meio à polêmica envolvendo o relatório do Comando da Aeronáutica sobre as aeronaves concorrentes para renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), o ministro da Defesa Nelson Jobim decidiu fazer seu próprio relatório para entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a edição desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo, o ministro não pretende utilizar em sua análise o critério de pontuação que levou a FAB a optar pelo modelo sueco de caça Gripen NG.
"É importante ver se a pontuação bate com a posição da gente, que é baseada na Estratégia Nacional de Defesa e dá prioridade à transferência de tecnologia", afirmou Jobim ao jornal.
Lula irritou-se ao saber que o primeiro relatório havia vazado para a imprensa e considerou o incidente uma tentativa da Aeronáutica de constrangê-lo. O presidente, que já manifestou publicamente sua preferência pelo caça francês Rafale, não pretende levar em conta a opinião da FAB ao anunciar a sua decisão. Segundo o presidente, a compra dos 36 aviões é "política e estratégica" para consolidar a parceria entre o Brasil e a França.