quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CRESCIMENTO MODERADO


O quadro econômico é de uma retomada mais lenta do processo de crescimento na economia mundial e local.
O link que as autoridades brasileiras insistem em desconsiderar entre a nossa economia local e o resto do mundo está presente e atuante. Isto independentemente das oportunidades de negócio que atraem parte do excedente de capitais que se forma em decorrência da crise nos países centrais e se orienta na direção dos emergentes cujas economias se recuperam com velocidade relativa maior. Foram R$20,45 bilhões de IE na Bovespa em 2009.
Índices que indicam o grau de confiança na economia apontam uma maior taxa de aversão ao risco de agentes econômicos dos países centrais.
Problemas na Islândia onde o governo decidiu descumprir acordo feito com credores e aprovado no legislativo. No mais autentico estilo chavista foi convocado um plebiscito para “consultar” a população. A situação deverá “se dar bem” eleitoralmente, mas a Islândia certamente estará mais falida do que nunca. Interessante analisar as escolhas de gestão pública e política econômica daquele país. Durbai, Grécia etc.
A pequena queda da produção industrial – IBGE, 6 - aponta uma retomada mais lenta do crescimento, por qualquer que seja o filtro utilizado. O ano de 2009 fechou sem que se retomassem totalmente os empregos perdidos com a crise e na avaliação feita pela Fundação Getúlio Vargas, decorrente de pesquisas de expectativa feitas em campo, em 2010 esta retomada também será lenta.
Frente à questão eleitoral esta menor velocidade talvez explique a insistência governamental em criar mecanismos de estímulo como os previsto na MP 472, que comentamos recentemente.
Talvez não seja uma questão meramente eleitoreira e o fantasma da curva em W que preocupa muitos economistas no exterior, ao ponto de criticarem a retirada dos estímulos, talvez também esteja preocupando os técnicos governamentais. Nisto o governo brasileiro não estaria sozinho, pois o último relatório do banco central americano, o FED, dá margem a uma leitura contraditória, conforme vem se comentando, ao apresentar uma economia em recuperação ao mesmo tempo que parece apontar novas medidas de estímulo à economia.
Quem sabe não seria mais sensato estar discutindo é o próprio modelo de desenvolvimento?
Demetrio Carneiro