No post anterior comentávamos sobre o comportamento à-crítico da mídia. Podemos usar o recém lançado Plano Nacional de Defesa da Pessoa com Deficiência - Viver sem limites, como um bom modelo dessa lógica de imprensa, mas também como um ótimo modelo dos métodos gerenciais do governo Dilma. Supostamente muito eficientes...
Um bom exemplo desta cobertura a-crítica, bem diferente das matérias da BBC, foi o showmício de lançamento do decreto com o pomposo "Plano Nacional de Defesa da Pessoa com Deficiência - Viver sem limites".
Um verdadeiro festival de promessas sem qualquer fundamento no decreto que é apenas um instrumento de organização administrativa, mas com direto a choro presidencial. Quem conhece a enorme diferença entre declarações de intenções desse governo e o que realmente é feito sabe do que estamos falando.
Na prática, e sob o silêncio das entidades do movimento, todas estatal-dependentes e com a maioria dos dirigentes empregados no setor público, é um decreto que retira qualquer diálogo com a comunidade dessas pessoas, recriando uma proposta que já estava superada anos atrás e que dá ao poder executivo central todas as chaves de controle dos recursos para o segmento, mas com participação zero das pessoas com deficiência.
O decreto destina a administração dos recursos, que ainda precisam ser autorizados etc., a um comitê gestor constituído por ministérios. Ministérios que são a moeda de troca com a base aliada. Já dá para imaginar o que vai acontecer...
Notando que o site da "presidente" da Frente Parlamentar do Congresso Nacional, uma cadeirante, que trata da questão da pessoa com deficiência registra na cerimônia todas pessoas do poder, mas passa ao largo do Conade e dos conselhos estaduais, que são estruturas participativas paritárias.
Demetrio Carneiro