O presente de Natal de Mantega para a economia brasileira não é menos inflação ou mais crescimento. É mais um bilhãozinho para o BNDES e a CEF gastarem no "estímulo" à economia. Generoso o ministro, que insiste nesse caminho.
É mais um bi num montante que já ultrapassou trezentos bi nos anos recentes. Não mudará tanto as coisas na economia, mas tendo em vista o ciclo político eleitoral de 2012, sua conexão com o ciclo político partidário(1) e a recente decisão do Senado Federal de flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal, ampliando os limites de endividamentos dos municípios, a generosidade acaba sendo a extensão de um consistente projeto de poder.
Apesar da medida o governo continuará sem poder entregar sua promessa de crescimento irrestrito - o tal ciclo virtuoso dos sonhos ministeriais e do IPEA - pois o dinheiro fácil do governo não substitui todo um corpo de reformas necessárias. Elas sim poderiam mudar o quadro atual, mas falta a Dilma a mesma coragem que faltou aos presidentes anteriores. A política de amplas maiorias exige não se tocar na zona de conforto dos aliados e reformas sempre acabam invadindo essas zonas e contrariando poderosos interesses. Paradoxalmente o executivo central só é extremamente forte se souber reconhecer suas próprias fragilidades.
Dai a solução é ir empurrando para outro dia mais e ir adoçando o bico dos integrantes da coalizão. No fim do dia aliados estatal-dependentes são muito úteis e fora de qualquer dúvida a estatal-dependência é um das bases do atual estilo de desenvolvimento.
Essa não é uma discussão para ocupar a falta de notícias do fim de ano. O uso do ciclo político eleitoral é a favor da coalizão. Os custos: mais dívida pública associada ao baixo crescimento, devido a ineficiência das medidas, como sempre serão do contribuinte. Bom não esquecer.
(1) - Estamos nos referindo ao dilema central do ciclo político partidário: Inflação ou crescimento. No mundo real os dois ciclos, político eleitoral e político partidário se complementam.
É mais um bi num montante que já ultrapassou trezentos bi nos anos recentes. Não mudará tanto as coisas na economia, mas tendo em vista o ciclo político eleitoral de 2012, sua conexão com o ciclo político partidário(1) e a recente decisão do Senado Federal de flexibilizar a Lei de Responsabilidade Fiscal, ampliando os limites de endividamentos dos municípios, a generosidade acaba sendo a extensão de um consistente projeto de poder.
Apesar da medida o governo continuará sem poder entregar sua promessa de crescimento irrestrito - o tal ciclo virtuoso dos sonhos ministeriais e do IPEA - pois o dinheiro fácil do governo não substitui todo um corpo de reformas necessárias. Elas sim poderiam mudar o quadro atual, mas falta a Dilma a mesma coragem que faltou aos presidentes anteriores. A política de amplas maiorias exige não se tocar na zona de conforto dos aliados e reformas sempre acabam invadindo essas zonas e contrariando poderosos interesses. Paradoxalmente o executivo central só é extremamente forte se souber reconhecer suas próprias fragilidades.
Dai a solução é ir empurrando para outro dia mais e ir adoçando o bico dos integrantes da coalizão. No fim do dia aliados estatal-dependentes são muito úteis e fora de qualquer dúvida a estatal-dependência é um das bases do atual estilo de desenvolvimento.
Essa não é uma discussão para ocupar a falta de notícias do fim de ano. O uso do ciclo político eleitoral é a favor da coalizão. Os custos: mais dívida pública associada ao baixo crescimento, devido a ineficiência das medidas, como sempre serão do contribuinte. Bom não esquecer.
(1) - Estamos nos referindo ao dilema central do ciclo político partidário: Inflação ou crescimento. No mundo real os dois ciclos, político eleitoral e político partidário se complementam.
Demetrio Carneiro