domingo, 18 de dezembro de 2011

A LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO É A LUTA PELA DEMOCRACIA

É do ditado popular: "Diga com quem andas que direi quem és". Andando com a fina flor do petismo Amauri Ribeiro Jr. não podia dar em outra coisa...:

De qualquer forma vai servir eleitoralmente para a base aliada da mesma forma que serviu aquela desculpa de Lula de que "todos fazem caixa-dois". É a mesma conversa de tentar nivelar por baixo que deu origem à "Lista de Furnas" que também também acabou sendo desmascarada.

Independentemente do patrimonialismo ser uma aliança transversal que sustenta o poder, o que mais importa disso tudo é que esses "novos-ricos", que fizeram suas fortunas pessoais no governo ou próximos ao governo, não têm qualquer preocupação em mudar o esquema visível e generalizado de corrupção. Eles querem é continuar no esquema. Para isso a melhor forma de se resguardar é tentar mostrar, como Lula deu a palavra-de-ordem, que são "todos iguais". 

Ai entra o lado mais curioso, pois são profissionais da política...destruindo a política. 
A cultura do eleitor pode ser dividida em três grandes grupos principais: 
Aqueles que desistiram combater a corrupção com um movimento que se esgotou com o episódio de Collor; Aqueles com "episódios" de indignação que vão eventualmente engrossar as mobilizações em alguns momentos; 
E aqueles que olham a corrupção como parte do "fazer política".
Nesse universo da cultura do eleitor os grupos que se mobilizam de forma permanente são marginais e numericamente pouco significantes.

A leitura do eleitor mediano é de um mundo da política comprometido apenas com sua própria sobrevivência e que apenas se movimenta quando sua zona de conforto é abalada, o que tem forte correlação com as escolhas desse eleitor ao responder o dilema intertemporal optando pelo presente do status quo e não pelo futuro oferecido pelo desafiante. Há uma simetria no comportamento de eleitos e eleitores que acaba funcionando em favor do patrimonialismo, mas ao mesmo tempo também funciona em favor da destruição das práticas democráticas.

Nesse sentido o que estaria sendo destruída não é apenas uma visão idealista da política vista como um serviço ao bem comum, mas da própria democracia como a realização do bem comum. Este é o núcleo do problema: Junto com a ruína do mundo da política também vão abaixo os alicerces democráticos desse mundo.

Não pode haver enganos: Aqui no Brasil, nas atuais condições, quando se luta contra a corrupção a luta é pela sobrevivência e permanência das práticas democráticas. Os grupos que hoje estão hegemônicos no poder são ligados, por sua raiz, às praticas autoritárias. Não há, não existe e não vai existir coabitação possível, por mais que ela esteja nos sonhos de muitos atualmente. Aqueles que hoje, por questões de oportunidade eleitoral, defendem esta coabitação estão iludidos. 

Se a linha de corte for a democracia estamos em lados completamente diferentes.

Demetrio Carneiro