quinta-feira, 9 de agosto de 2012

WALL STREET JOURNAL: MÉXICO PODE SUBSTITUIR BRASIL COMO ECONOMIA REGIONAL DE PONTA EM 2012

Aquele bom momento onde nossos governantes mencionavam como satisfação a palavra BRICS, criação de um de nossos maiores credores, onde Brasil vinha na frente e nossos presidentes se expunha dando conselhos às economias mais desenvolvidas parece que vai passando... 

Ontem o Valor repercutiu um estudo do Nomura coordenado pelo Tony Volpon. Fizemos o devido comentário. Hoje é o Wall Street Journal quem repercute sob o título México pode substituir o Brasil como economia regional de ponta em 2012 – Nomura (Mexico May Topple Brazil as Top Regional Economy in 2022 – Nomura). 

Na abertura da matéria: 

“O México poderá ultrapassar o Brasil como economia líder da Amárica Latina nos próximos 10 anos, impulsionado pelo reestabelecimento de seu setor de manufaturas e o crescimento do mercado de trabalho, projetaram os analistas do Nomura nesta quarta-feira. 

Se o México assumir a liderança será devido ao fato do Brasil ter se baseado apenas nas exportações de commodities e falhado na promoção de reformas essenciais para promover sua produtividade e ampliar sua infraestrutura, disse Tony Volpon, Estrategista-Chefe para os mercados emergentes do Nomura e coordenador do relatório. “ 

Como temos insistido todo o tempo não se trata do detalhe dos instrumentos econômicos mais ou menos aplicados. O erro está é no conceito de desenvolvimento e a insuficiência da proposta nacional-desenvolvimentista. O que o estudo deixa claro é que se trata de uma competição entre dois modelos de desenvolvimento completamente diferentes: 

“México – Posturas amigáveis com o mercado, inserido no transito livre de manufaturas no mercado mundial, políticas liberais. 

Brasil – Estatizante, intervencionista, inserido no ciclo de commodities. Governo de grande porte. 

O México realmente faz as coisas. Será uma história de sucesso latino-americano baseada na flexibilidade dos capitais, mercado de trabalho, prudência fiscal e políticas monetárias. E, muito importante, sem recorrer aos super-ciclos de commodities.” 

A notar ainda, comentaremos em outros post, o grande peso do investimento em Capital Humano no México. 

Obviamente vindo de onde vem o aviso deveria acender todas as cores de luzes de alerta. Na incapacidade relativa de gerar investimentos próprios a economia brasileira precisa e muito de investimentos externos. As constatações do relatório do Nomura certamente terão impacto nas expectativas dos investidores do resto do mundo. Isso num mundo onde habitam incertezas não é nada bom. 

A curiosidade agora é saber como reagirá o governo: Se com medidas midiáticas e jogo de cena ou se com propostas estruturantes. Dado o histórico difícil acreditar que seja da segunda forma. 

Demetrio Carneiro