terça-feira, 7 de agosto de 2012

O FORMATO PATRIMONIALISTA DE FAZER POLÍTICA

O jornal Estado de São Paulo avalia o Relatório de Gestão Fiscal e conclui que os estados brasileiros, a partir de 2009,  gastaram 29% a mais com as despesas de pessoal, incluindo concursados, comissionados e terceirizados.

Poderia até parecer que foi uma resposta à crise, mas soa muito mais como uma necessidade de um estilo patrimonialista de fazer política. Aqui os recursos públicos são usados para contratar cabos eleitorais das bases de votos dos agentes políticos, sejam parlamentares ou chefes de executivo.

Não se trata de coincidência o Maranhão figurar nessa lista como campeão absoluto, como quase 10% do acréscimo de despesa de todos os estados. Foram 8% do total de 27 estados, o dobro da média. Mas não apenas o Maranhão, o governo petista do DF com seus milhares de comissionados também dá exemplos marcantes de como não deve ser a gestão pública. No DF vive-se com situações surrealistas como a Secretaria de Estado de Pequenas e Médias Empresas que tem em seus quadros 1 concursado e 80 comissionados!

Esta lógica de gestão pública deforma todo o sentido da tributação como uma apropriação que pode ser justa por ser feita em benefício de todos e é responsável pelo Estado paquidérmico usado apenas como poder e não como projeto da sociedade.

Talvez esse seja o maio desafio do mundo da política: É possível fazer política abrindo mão das práticas patrimonialistas?

Demetrio Carneiro