domingo, 5 de agosto de 2012

MEIRELLES E O MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA


Em evento reportado pela revista Época Henrique Meirelles teceu alguns comentários sobre o atual momento da economia brasileira. A revista sintetiza a fala no título da matéria: Momento mágico de crescimento do Brasil já passou, diz Meirelles.

Excessivamente diplomático  Meirelles, elogiando primeiro a Estabilidade e dando ela como motivo para chegarmos bem na crise, prefere falar em aumento da produtividade ou não discutir a absoluta falha de leitura da previsão de um PIB que desabou pela metade. Ou ainda prefere uma discussão sobre se crescer além de 4% não é muito...Como se fosse um ato de vontade.

O ex-presidente do Banco Central indiretamente reconhece tanto que a Era Lula foi a beneficiária daquele bom momento da economia mundial, quanto que tudo que havia por se fazer do ponto de vista de fornecer elementos de uma transformação na direção sustentável da economia não se fez naquele bom momento. Questões como infraestrutura ou mudanças institucionais necessárias. Obviamente não se atreveu a criticar as leituras de gasto excessivo no custeio em detrimento ao investimento ou da frouxidão fiscal como impeditivos de desempenho.

Os elementos positivos, que “devem separar os fatores globais dos domésticos”, apontados por Meirelles:

- Não voltaremos ao período de crises recorrentes como no passado, porque a realidade agora é diferente" afirmou. "Temos mais de US$ 350 milhões em reservas internacionais, nossa dívida cambial foi paga e nossa dívida externa é menor que as reservas. A situação é outra"; 

-A crise afeta diretamente o canal de comércio, especialmente as exportações, mas outros fatores da economia local, como a criação de bases econômicas sólidas, redução do desemprego e o crescimento interno do mercado consumidor fortaleceram nossa economia". 

A grande questão é que esses elementos isoladamente não são garantia de coisa alguma sem que haja vontade política.
Neste sentido o fim da exuberância pode ter como sequência a mediocridade e para não ter essa consequência o que é necessário é a coragem política para romper a área de conforto tanto dos agentes políticos como dos agentes privados. Nenhuma Elite é democrática e inclusiva. Toda Elite busca sua própria satisfação. O governo Dilma não é diferente.

Daí que compete aos desafiantes a coragem política de oferecer um programa de governo capaz de superar o desafio de um ambiente econômico e social ainda em crise.