A não ser que estejamos mesmo a dobrar o Cabo da Boa Esperança os próximos meses nos apresentarão uma interessante questão de finanças públicas: Como o governo lidará com o fim dos recordes de arrecadação tributária?
Estamos no segundo mês seguido em que a arrecadação apresenta queda. O aumento real entre janeiro e julho foi de 1,8%. Bem longe dos valores anteriores. O excesso de arrecadação sempre deu ao governo uma grande folga discricionária nos gastos, já que corre por forma dos valores orçamentários autorizados.
Na abundancia souberam gastar e muito. Vamos ver se saberão gastar na escassez. Atribuem a queda às renúncias seguidas, mas a queda da atividade econômica vai acabar impactando a receita e em algum momento a receita inverterá seu desempenho histórico e acabará funcionando como restrição e não estímulo.
É aguardar e constatar.
Demetrio Carneiro