sexta-feira, 11 de março de 2011

UM "BOI DE PIRANHA" CHAMADO JAQUELINE RORIZ

Nenhuma questão de simpatia. O envolvimento de Roriz e sua família nos tortuosos caminhos da apropriação privada de recursos públicos não são nenhuma movidade, como também não é movidade a fantástica diferença de patrimônio entre o Roriz que ingressou na vida pública, a ela se dedicando com exclusividade, e o Roriz que dela saiu.

O que irrita no caso são as manipulações políticas que, elas também, comprometem os processo político em geral.

Agora pela manhã informou-se que a OAB está questionando a delação premiada de Durval, comentando o que já se sabia desde o início que ele teria bem mais de 200 gravações. Tudo bem, mas por um acaso o processo não foi feito a partir do MP e o MP não exigiu em troca da delação premiada todas as fitas? Argumentar que ele teria fitas "exclusivas", feitas antes da entrada da PF no caso, provavelmente com intuito de chantagem, é problemático. Agora mesmo esta fita da Jaqueline é exatamente igual, mesma qualidade, mesmo ângulo etc., as outras já apresentadas e que estão na PF. Quer dizer esta fita foi gravada já sob a supervisão da PF. Sendo assim ESTAVA em poder da PF e acessível ao MP.
Pergunta bem simples e que, como já disse bem antes, deveria ser respondida pelos responsáveis de ambas as instituições: POR QUAL MOTIVO NÃO FOI APRESENTADA ANTES DAS ELEIÇÕES?

Para variar tudo muito nebuloso, tudo muito estranho e uma, apenas uma conclusão possível: Este material pode ter sido usado como instrumento de chantagem contra Roriz e seu grupo. Não é problema de CPI apenas. É um problema muito mais sério, mas quem vai investigar? O MP ou a PF com explicações a dar? A Câmara Distrital repleta de aliados, em diversos momentos, do ex-governador? A Câmara Federal, sempre disposta a não se envolver muito profundamente em nada e que recebeu com a maior satisfação a turma do mensalão de volta? O Senado de Gim Argelo?

Demetrio Carneiro