terça-feira, 15 de março de 2011

RESGATE DE INVESTIMENTOS JAPONESES NO BRASIL


13:59 NOMURA: NÃO DEVE HAVER GRANDE RESGATE RECURSOS JAPONESES/BRASIL

São Paulo, 15 - O Brasil não deve ver uma fuga de investimentos financeiros japoneses por conta da tragédia que se abateu sobre o Japão  desde a última sexta-feira, quando um terremoto de magnitude 9 seguido por fortes tsunamis atingiu várias cidades da região norte do país,  trazendo ainda o risco de um desastre nuclear. A avaliação é de Tony Volpon, diretor executivo e chefe de pesquisas para a América Latina do Nomura Securities, que é o principal banco de investimentos do Japão, com 40% do mercado local de varejo, e que administra os maiores fundos japoneses no Brasil. "Não deve haver um grande resgate líquido, mas sim redução temporária no volume de compras de
ativos", disse ele em entrevista há pouco ao AE Broadcast ao Vivo.

Volpon explicou que os investidores japoneses que aplicam no Brasil têm perfil basicamente de varejo e mais de 60 anos. Estes investem em ativos ligados ao real por meio dos chamados fundos Toshin que, além de moeda, têm em sua carteira ações e renda fixa. Segundo o
Banco Central do Japão (BOJ, na sigla em inglês), tais fundos têm US$ 80 bilhões em ativos ligados ao real. De acordo com o executivo, um dos maiores fundos Toshin administrado pelo Nomura tem ações de empresas dos EUA e dá a opção para escolha entre cinco moedas. "90% dos investidores escolheram o real", informou Volpon.

Volpon disse que os investidores de fundos Toshin não costumam promover mudanças em suas carteiras. "Na crise de 2008, por exemplo, houve somente um mês em que se verificou resgate líquido, em outubro", disse ele, enfatizando que eles preferem parar de comprar, de aumentar a exposição. Volpon pondera, entretanto, que nos últimos meses o crescimento desses fundos vem perdendo um pouco de ritmo por causa da busca pela diversificação das aplicações. (Cristina Canas e Denise Abarca)