quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

STATE OF THE UNION: O IMPÉRIO CONTRA-ATACA

Em matéria no Haffington Post – O que Obama não mencionou - comentando o discurso do presidente americano, o State of the Union, os articulistas criticam o presidente americano por falar da mudança do mundo, fala da decadência americana, que envolve fábricas e lojas fechadas, perda de empregos, mas não falar da crise da classe média americana, das casas perdidas por conta da inadimplência – “No ano passado, um milhão de famílias americanas perderam suas casas”. Também é criticado por não falar do aquecimento global.

Já com mais de 31 comentários à matéria que aborda a fala, a maioria são negativos e o primeiro coloca Obama como um agente dos mais ricos. De modo geral, concordando com os articulistas. Tanto questionam a ausência da questão das hipotecas, como a ausência de um posicionamento sobre a questão do aquecimento global. 
Outro tema presente nas preocupações, mas ausente do discurso foi o controle de armas, mostrando que o lobby continua muito forte.

Obama pareceu disposto a entender que o problema das hipotecas só se resolve com a geração de empregos. Em desespero a classe média imagina que perderá suas casas bem antes de ter renda suficiente para resolver seus problemas hipotecários. De fato há permanece um diferencial entre o que as casas valem e o que se deve por conta das hipotécas. Dai a crítica que o acusa de defender os interesses dos mais ricos, ou sejam, os detentores das hipotecas.

De outro lado Obama também parece disposto a adotar uma estratégia claramente desenvolvimentista pensada a partir dos atuais paradigmas. O significado é simples: Os atuais paradigmas é que geraram as questões do aquecimento global. Não dá para falar em desenvolvimentismo clássico – carros & estradas, no exemplo mais radical – e falar em luta contra o aquecimento global.
Bom registrar que, face ao nível de consumo dos páises desenvolvidos, muitos ambientalistas falam em defender o chamado “crescimento zero”. O presidente americano certamente não concorda.

Logo no início da crise a chanceler alemã, Angela Merkel, falava que os problemas da recuperação econômica poderiam colocar as questões ambientais em segundo plano.

O concreto é o fato de nem Obama e nem seus críticos estarem muito dispostos a discutir a questão do conceito de consumo levado ao limite e suas bolhas associadas, que começaram toda esta confusão por lá.

Demetrio Carneiro

Texto completo da matéria do HF, em inglês: What Obama Doesn't Mention