sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

AVALIANDO O GOVERNO DILMA 1

Primeiro mês, diversas avaliações estão em curso.

Vou arriscar a minha:
O grande vencedor do debate econômico foi Serra. Afinal foi ele, durante a campanha, quem de fato ressaltou a importância de coordenar as políticas econômicas a partir da lógica nacional-desenvolvimentista.

Quer dizer, não se trata bem de subordinar a política monetária à política fiscal pura e simplesmente, como gostaria Mantega. É um ponto acima, algo mais sofisticado, onde ambas as políticas devem se adequar convenientemente ao projeto final. O “alargamento”, não da capacidade de variação da banda, mas o de fato, cobrando tolerância maior com a inflação ou o faz-desfaz das promessas de superávit são consequências da necessidade principal de manter o projeto. Assim, a economia é meio que moldada a essas necessidades. Não é outra a lógica que fechou as contas do superávit do ano passado incorporando as latas de óleo enterradas a alguns quilômetros de profundidade no leito do oceano. Haja esperança!

Pior para o Banco Central, nomeado único guardião possível da Política de Estabilidade, que todos detestam, mas, não tendo como dela se livrar, acabam burlando.
Tombini em Davos dá ao banco uma dupla responsabilidade, inflação e câmbio, como se manter apenas a primeira, sem qualquer condição de coordenação real com o lado do gasto pelo gasto, fosse moleza. Tudo bem, a palavra da vez é coordenação mesmo. Caberá ao BC que já paga os pecados da política fiscal, pagar agora os pecados da política cambial. Vamos lá. O santo deles é forte.

Demetrio Carneiro