terça-feira, 4 de janeiro de 2011

BATTISTI POR SUA VÍTIMA

Para quem estiver se condoendo por essa vítima da “repressão” italiana, essa é a justificativa para não extraditar, abaixo o depoimento de uma de suas vítimas. Quem sabe algum agente da CIA que deve ter se ferido propositalmente para incriminar o herói revolucionário.

Demetrio Carneiro

'É só o começo das manifestações', diz vítima de Battisti

Fonte : Veja

Alberto Torregiani, que ficou paraplégico e perdeu o pai, não desistirá de pedir punição ao terrorista. Ele falou ao site de VEJA antes de reunião com Berlusconi
Manuela Franceschini

"Eu sou a prova viva de que esse sujeito é um assassino", disse Alberto Torregiani, que se encontrou com o premiê Silvio Berlusconi (Luca Bruno/AP)

“Lula gosta de dizer que lutou pela democracia do Brasil e que essa era sua finalidade. É de se esperar que uma pessoa que diga isso tenha humanidade e respeito pela civilidade, o que não aconteceu. Eu sou a prova viva de que Battisti é um assassino"

Alberto Torregiani tinha 15 anos quando o sonho de ser jogador de futebol acabou. Integrantes do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) invadiram a joalheria de seu pai em Milão e, sem dizerem uma palavra, fuzilaram o proprietário e deixaram o filho paraplégico. Nas décadas seguintes, Torregiane transformou em causa pessoal e política fazer com que o mandante do crime, o terrorista Cesare Battisti, fosse punido conforme as leis italianas.

A decisão de não extraditar Battisti, tomada pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva no apagar das luzes do seu governo, deixou Torregiani indignado. Na noite de segunda-feira, ele falou com exclusividade ao site de VEJA, poucas horas antes de se encontrar com o premiê italiano Silvio Berlusconi e de comandar protestos contra a decisão brasileira em 20 cidades de seu país. “Lula gosta de dizer que lutou pela democracia do Brasil", diz ele. "É de se esperar que uma pessoa que diga isso tenha humanidade e respeito pela civilização. Eu sou a prova viva de que Battisti é um assassino.”

Torregiani previu que, no encontro com ele, Berlusconi adotaria um discurso contemporizador - como de fato aconteceu na tarde desta terça-feira. Mas diz não desiste de fazer justiça. “Não seremos fracos", disse ele.