Os tais 100 dias estão rolando.
A se acreditar no que se comenta na mídia é possível que a Reforma Previdenciária não esteja exatamente no centro das intenções de ação.
Aparentemente o pega entre fisiologismos foi forte o suficiente para abalar a confiança governista em sua “ampla maioria nas duas casas”. Supostamente Dilma aprova o quiser nelas, mas não está nada disposta a fazer a prova dos três.
Como todos sabemos reformas como a Previdenciária ou são feitas logo de início ou não são feitas. No caso específico da Providência, entre 2030 e 2040 a pirâmide populacional começa a se inverter e tenderemos a ter uma proporção crescentemente maior de idosos em relação aos jovens. Ou seja, se há uma crise hoje ainda controlável, já que o Orçamento Geral da União ainda dá conta de cobrir o déficit do Orçamento da Previdência, logo ela será incontrolável. É uma questão complexa de necessidade de mudança de modelo previdenciário e equalização entre o modelo privado e o público e afeta o que mais se impõe atualmente nesta República que são os interesses corporativos. É destes conflito que Dilma foge, como fugiram FHC e Lula, pois sabe que são combustível altamente inflamável e a caixinha de fósforo está à mão: Os conflitos dentro do fisiologismo governista.
Nesta linha de lógica dá para imaginar que a Reforma Tributária passará a quilômetros do caráter geral regressivo do tributo no Brasil, quer dizer a carga tributária proporcional à renda das famílias é amplamente desfavorável às mais pobres. Aliás, faz parte do pomposo programa de governo petista rever a regressividade dos tributos.
Esta é uma linha de argumento que o Porchmann, candidato a continuar a ser o que é e por isto disputando espaço na mídia, poderia usar. Esta questão de eliminar a regressividade foi aprovada no Congresso do PT como item de Programa de Governo estimulada por um estudo do IPEA coincidentemente publicado naquela época.
Da mesma forma é mais provável que a Reforma Política se concentre na caça aos patos, quer dizer aos pequenos e médios partidos.
Bem-vinda, presidenta, ao mundo real...
Demetrio Carneiro