quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

HEGEMONISMO PETISTA: QUESTÃO REPUBLICANA

O ministro que destituiu o presidente da instituição é o mesmo ministro, da cota do continuísmo, que tapou o céu com a peneira antes e só agiu perante a desmoralização absoluta.

O que valeu para os “companheiros” no INEP foi a mesma lógica petista que desculpou a corrupção explícita “que todo mundo faz” ou justificou os aloprados, com sua estratégia golpista, como uma criação fantasiosa da mídia. Sempre levada ao limite a tolerância com a incompetência e a corrupção ela acaba por esgarçar o tecido do serviço público.

Não será diferente com todo o resto da companheirada se adonando, pela via da política, de pontos estratégicos da máquina administrativa pública.

Existe um risco republicano concreto e não se trata da ética.. Ninguém pode ser inocente a ponto de imaginar que o hegemonismo petista está dissociado de seu irmão, o autoritarismo. Quando o PT joga para escanteio os próprios aliados também cria fissuras na base de apoio congressual. O domínio governista nas votações do Congresso é absoluto, mas só vai existir com a participação do restante da “base aliada”.

Ou o pensamento petista é de que o fisiologismo e o apego ao cargo serão sempre mais fortes ou eles realmente contam com o autoritarismo, disfarçado nas MPs e atitudes claramente discriocionárias, e legais!, do executivo ou pretendem dar um passo à frente e ir além do autoritarismo institucional.

Esta última questão coloca na agenda das reformas o debate sobre o papel do Executivo Imperial brasileiro. Entre nós não haverá república digna de uma postura democrática se não soubermos desmontar a mais que centenária lógica do centralismo autoritário executivo no Brasil.

Seja como for uma postura passiva da presidente frente aos arroubos da companheirada terá um custo que não será apenas para ela ou para todos nós.

Demetrio Carneiro