Com referência ao post publicado hoje mais cedo um adendo com base numa dica do De Gustibus Nom Est Disputandum..
Dois economistas -Ricardo Hausmann e César Hidalgo - lançaram na semana que passou, no Havard Center for International Development, o Atlas of Economic Complexity, Atlas da Complexidade Econômica.
Sobre o Atlas falaremos outra hora, mas basicamente ele trata de predições de crescimento econômico para os próximos anos, foco em 2020, tendo por base a produtividade e especialmente seu papel na alavancagem das economias pela via da exportação de conhecimento agregado. Nunca é demais considerar o peso no crescimento de um país das suas relações com o resto do mundo.
Indo diretamente ao que interessa:
O Atlas coloca o Brasil no 11º primeiro lugar na América Latina em termos de PIB até o ano 2020, com um crescimento de 3,50%.
Mas o Atlas também coloca a China com uma expectativa de crescimento bem abaixo dos últimos anos: 4,66%.
Dai uma confirmação de que podemos sim ter um amplo período de baixo crescimento nos próximos anos. Isto independentemente dos riscos da atual política econômica que poderá contribuir ativamente com menos crescimento ainda e dentro de um possível quadro de alta inflação.
Nesta altura estar atrelado à China como meros fornecedores de commodities não vai resolver o nosso problema, já que provavelmente o pouso suave deles poderá ser bem mais longo do que espera o governo.
Como está evidente no Atlas a alavanca do crescimento não é transferência de renda, embora seja importante, ou concessão de crédito pessoal, embora também seja importante ou o dogma do "crescimento a qualquer custo" ou a"garantia" estatal da correção real dos salários. A Alavanca está em construir mecanismos capazes de gerar conhecimento produtivo.
É assim: Democracia e produção de conhecimento. Talvez um pouco diferente do projeto de poder que parece existir nesse governo.
Demetrio Carneiro