sexta-feira, 13 de agosto de 2010

PEQUENAS FRAUDES E DEMOCRACIA

De algum tempo chamamos a gestão petista de “gestão chafariz” pelo descompromisso com o bem comum.
As escolhas todas são midiáticas, coisas do gênero Trem-Bala e não voltadas para o bom uso dos recursos públicos e o respeito ao contribuinte.
No último caso muito em consequência da tributação que incide sobre as famílias mais pobres ser indireto. Todo um universo de famílias sequer sabe que paga impostos e proporcionalmente muito mais que outras famílias melhor situadas economicamente, configurando um caso manipulação – o discurso do governo do povo - e de injustiça fiscal fragrante.

Infelizmente a gestão estilo prefeitura, má prefeitura é bom esclarecer, se estende ao campo eleitoral. O processo de disputa presidencial é muito semelhante ao que acontece naquele interior onde dominam os “coronéis”. Lá quem decide a lei não é a justiça, mas o “líder local” e é ele quem dita as regras de campanha.

Escudados na noção de que o eleitorado de baixa renda está preocupado apenas com seu presente e que as parcelas de eleitorado de classe média urbana que não estão aparelhadas em favor do governo não tem peso eleitoral a estratégia principal de campanha, envolve colocar todo o peso da máquina pública em favor de Dilma-Avatar, também é bom esclarecer que não tem nada de heróico, como no filme de Camerom.
A leniência da Justiça Eleitoral presta forte contribuição ao admitir sem qualquer contestação que autoridades governamentais participem de forma descarada da campanha. Se isso não é abuso. Se isso não é ilegal a lei estaria errada e ele certamente não está.
A Justiça eleitoral regional vem cometendo os mesmo equívocos com relação ao Ficha Limpa. Esse equívoco vai levar a que os ficha-sujas possam ir à voto. Indo tudo para o Supremo, como parece ser a estratégia dos barrados o tema só será decidido muito depois das eleições facilitando, inclusive, a posse.

Voltando ao assunto, o poder central não tem pudores de alterar agendas, fatos, dados ou de usar recursos públicos, como no caso recente do trabalho de apoiamento ao programa de governo feito pelo IPEA e “coincidente” com o festival de “agendas positivas” do governo federal, num verdadeiro “esforço concentrado”, configurando claramente abuso de poder econômico, em favor de seu Avatar.
Essas “pequenas” fraudes vão se somando e acumulando um passivo que poderá alterar, na marra, o resultado eleitoral possível em favor da situação.
Não é difícil imaginar os prejuízos para nossa recente democracia em termos da eleição de uma fraude e do desgaste da convicção cidadã sobre o poder do voto.
O voto é a base de todo o sistema democrático.
O risco existe e é real.