terça-feira, 24 de agosto de 2010

AMIGOS PARA SEMPRE

Num post recente, “Passivo Externo Líquido etc.”, comentei que uma das razões para o governo estar estimulando a ação de empresas brasileiras no exterior seria a necessidade de buscar maior equilíbrio entre o que brasileiros investem no exterior com o que o resto do mundo investe aqui.

Na lógica do post a enorme diferença entre os dois investimentos gera um fluxo de remessa de lucros que praticamente anula atualmente o ingresso dos investimentos diretos estrangeiros.

Contudo temos aqui um problema. Karl Marx dizia que a história só se repete em farsa. Ainda teremos que investigar melhor o quanto há de farsa, mas o fato é que o “caminho” escolhido pelo poder público para facilitar a caminhada de negócios brasileiros no exterior é o mesmo escolhido pelos sucessivos governos da época da ditadura militar para estimular o surgimento e/ou consolidação dos grandes grupos econômicos, que estão por ai até hoje. Subsídios, favorecimento, enfim um relacionamewnto para lá de duvidoso. Aliás, os “estimulados” para investir no exterior são os mesmos que foram "estimulados" a crescer.

O Estado não precisa inventar ou chocar empresas. O governo precisa é dar condições institucionais, ter políticas microeconômicas para estimular o amplo crédito, ter políticas macroeconômicas que viabilizem juros mais baixos . Resolver os problemas do Custo Brasil. Dar maior capacidade concorrencial. Dar apoio concreto às empresas no exterior. Isto é fazer políticas públicas.
O governo precisa é dar acesso a todos e não escolher parceiros de relações de amizade promíscua para subsidiar com favores e recursos públicos.
O governo não precisa de "amigos para sempre", mas de parceiros.

Demetrio Carneiro