segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CHINA: O CUSTO DO PLANEJAMENTO CENTRAL

Essa demanda chinesa “fora do radar”, como está na matéria do WSJ repercutida pelo Valor Online, abaixo, tem explicações interessantes, mas sinalizam questões que podem ser bem complexas.

O aproveitamento de resíduos é atividade onerosa e normalmente não é lucrativa. Depende ou do desenvolvimento de novas tecnologias ou da vontade de usar as antigas soluções.

As antigas são: Custo reduzido de mão de obra, descompromisso com as questões de saúde pública e ambientais. A China é farta provedora das três.

Se o uso dos resíduos não está no radar dos analistas o que não está no radar do governo chinês são preocupações com a saúde de sua população ou com seu meio ambiente. 
É o crescimento econômico a qualquer preço típico dos projetos de economia centralizada.

Demetrio Carneiro


Fonte: Valor Online


Um navio carregado de terra cinzenta, arenosa, partiu do Alasca uma semana atrás rumo à China. Perdidas dentro dos detritos estavam pequenas lascas de ouro que a Corporação do Grupo Nacional de Ouro da China planeja extrair.
O embarque é um de muitos de material rico em minérios que viajam rumo aos portos chineses e formam uma parte importante, mas pouco notada, dos esforços para saciar a demanda do país por matérias-primas.
O ouro do Alasca não vai aparecer no relatório oficial das importações chinesas ou em dados comerciais das principais bolsas de commodities ou mercados de metais. As compras chinesas de sucata de cobre e seus investimentos em projetos de areias betuminosas no Canadá também estão fora do radar, revelados publicamente mas não amplamente observados.
Observadores dizem que o minério de baixo grau que chega à China reforça as evidências de que a demanda do país por matérias-primas é maior do que os indicadores comuns mostram, e maior do que muitos investidores imaginam.
Os investidores em vez disso acompanham de perto o consumo chinês de commodities bastante negociadas, como barras de ouro, cobre refinado e petróleo bruto. Sinais de que seu apetite está aumentando ou caindo podem mover esses mercados, e ajudam a definir seu crescimento econômico de maneira mais genérica.
Durante o primeiro semestre, as importações chinesas de cobre refinado caíram mais de 13%, um declínio de 239.000 toneladas em relação ao mesmo período do ano passado - um sinal aparente de demanda mais fraca. Mas o país aumentou as importações de sucata e concentrado de cobre, que precisam de mais processamento. As 362.000 toneladas de cobre adicional foram o suficiente para fazer com que as importações chinesas tivessem um crescimento líquido, segundo o Barclays Capital.
No caso do cobre, as compras chinesas de fontes alternativas pode mudar a percepção de que a demanda está fraca ou forte, diz Kevin Norrish, diretor de análise de commodities do Barclays.
Os investidores que só olham para os números de importação de cobre refinado "perdem o quadro todo", diz Norrish.