O que irá se perpetrar contra a jovem iraniana Sakineh Mohamadi é um crime. Será homicídio e não execução formal. Será hediondo por ser injustificável e por ser realizado com requintes de crueldade.
O presidente do Irã, diga-se de passagem eleito em circunstâncias duvidosas, usou o argumento de Lula. É a lei.
Os campos de concentração do holocausto, que ele se recusa a acreditar que existiu, também eram legais, segundo a legislação nazista. Nem por isso a consciência democrática deixou de chamar de genocídio e não hesitou em levar à pena capital tantos nazistas quantos foi possível.
Não se trata de tradição cultural e muito menos de hábito religioso. Criminosa não é ela, mas sim o Estado que impõe essa pena. Na Europa entidades de defesa de direitos humanos falam em fazer algo mais. Não há a quem apelar dentro do Irã ou fora.
É sob a alegação de soberania e respeito às leis e a cultura religiosa nacional que essa jovem será executada.
Se for consumada a execução e tudo indica que será, só restará uma saída: Ruptura de relações diplomáticas.
Não é mais hora de panos quentes. É preciso mandar um recado direto ao governo do Irã e não será esse governo que fará, mas é onde o movimento social terá que cobrar diretamente do governo a postura.
Se a pena capital for consumada devemos lutar pela ruptura de relações diplomáticas com o Ira. Temos que expor claramente quais são os limites do intolerável.
Nota: As fotos acima não são montagem. São reais.
Demetrio Carneiro