segunda-feira, 29 de março de 2010

PANORAMA ASSUSTADOR DA ECONOMIA PRÉ-ELEIÇÃO

Ai abaixo um alerta do Normann Kalmus, publicado em seu Blog Pensando Eco-Eco
É um texto contundente sobre essa questão do contingenciamento, mas basicamente é sobre a manipulação da economia em função de um projeto de perpetuação no poder.
Demetrio Carneiro

Panorama assustador da economia pré-eleitoral

Não me chamem de pessimista. Não antes de ler o texto. Depois, tudo bem!

Se eu fosse do ramo do misticismo, diria que há uma “conjunção de astros” muito preocupante no panorama da economia nacional.

De um lado, apesar do tombo no PIB, Lula permanece com a histriônica aprovação do eleitorado. Para o povão, não há como descolar a atuação do governo dos resultados relativamente positivos dos últimos anos. E não importa se as condições básicas foram dadas pelos governos FHC. O que vale é o agora.

A arrecadação federal em Fevereiro bateu recorde, o que quer dizer que o governo terá mais para gastar mas, por outro lado, decidiu contingenciar (bloquear) R$21,8 bilhões do orçamento aprovado. Não parece um tanto estranho? Não é, se considerarmos outros “detalhes”.

Apesar da pressão inflacionária crescente, ontem o COPOM decidiu manter a SELIC inalterada, fato estranho se considerarmos o histórico da gestão Henrique Meirelles. Meirelles preside o BC somente até o fim de Março, quando se desincompatibilizará para concorrer às eleições. Só que ele sempre foi o esteio da instituição contra as investidas populistas de Mantega e companhia, que queriam a redução da taxa, mesmo correndo o risco de aumento da inflação.

Com dinheiro sobrando e as taxas de juros mais baixas, São Lula vai mandar e desmandar na economia, lançando todo o tipo de incentivo ao consumo, garantindo a popularidade de sua candidata, inclusive através do novo PAC.

Note-se que, se contingenciados os valores do orçamento aprovado, eles deixam de ser aplicados nas áreas onde o Congresso havia destinado. Ora, para que Congresso, afinal, quando se tem um Lula no governo? Lula sabe onde o povo precisa de dinheiro.

Como o presidente ainda lembra dos tempos que não tinha dinheiro (às vezes a memória dele é boa), ele sabe que se puder comprar à prestação, o pobre acha que “está tudo bem, graças a Deus”. Fica de bom humor e vota no poste que o presidente indicar.

Claro que ficam os ônus para depois. Mas, ora, o que são alguns pontos na inflação e a desestruturação da economia para conseguir consolidar seus projetos de poder?

Eu vou buscar meu passaporte da Comunidade Européia porque a coisa está ficando muito complicada para quem acha que Cuba e Venezuela não são bons exemplos.