No dia 16 de setembro de 1987 o chamado Protocolo de Montreal começou a ser ratificado pelos países que consideram importante lutar pela preservação e recuperação da camada de ozônio, aquela que protege o planeta dos famosos raios UV, prejudiciais a todas as formas de vida. Desde então a data vem sendo lembrada como forma ressaltar a importância da adesão ao Protocolo. Não apenas a adesão via assinatura, mas a adesão real.
É no plano da adesão real que as coisas se complicam.
Em nosso próprio país parte significativa do crescimento econômico veio de aplicações industriais, ocupação territorial, degradação ambiental, enfim de ações nocivas ao meio ambiente em geral e à camada de ozônio em particular.
Hoje há todo um debate sobre o custo do produto gerado contra o custo da destruição ambiental que foi necessária para criar o mesmo produto. Em muitos casos fica evidente que um benefício pode não ser suficiente para cobrir o custo ambiental. Também é evidente que não dá simplesmente para mandar a civilização industrial para a lixeira, mas que teremos que nos aplicar muito na busca de novas alternativas que se traduzam na permanência de condições, vamos dizer, ambientalmente sustentáveis.
Agora mesmo o debate do pré-sal jogou para escanteio a questão dos combustíveis e fontes alternativas para motores. Pró-álcool, bio-diesel, motor elétrico são temas do passado. A ordem é torrar o mais rápido possível essas reservas e faturar muito, muito dinheiro. Nessa lógica não há a mínima preocupação de estarmos lidando com recursos finitos. É a irresponsabilidade da farra do petróleo. Ainda não apareceu no cenário proposta que relacione custo de destruição de reservas não renováveis e o benefício resultante. Evidentemente só mudando o eixo do desenvolvimento atual numa outra direção e deveria ser nessa lógica a aplicação dos benefícios. Ai poderia haver equilíbrio nos termos da relação.
Demetrio Carneiro
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