As pesquisas informam a diferença entre Dilma e Serra variando entre 10 e 12 por cento.
Um possivelmente alto nível de abstenção joga o resultado numa área de incerteza bem alta. De qualquer forma, como já insisti, no limite ganha-se a eleição por um voto.
É conveniente registrar que são 10 ou 12 por cento numa campanha onde se cometeu todo tipo de irregularidades e o próprio presidente foi quem mais estimulou o uso descarado da máquina pública, frente a uma Justiça Eleitoral na realidade submissa.
Se Dilma vier a ganhar é provável que esteja bem longe de ser o “banho” sonhado e se não for um banho, depois de tudo que se cometeu, é sinal que as forças em jogo são muito mais amplas do que imaginam os situacionistas.
Por um lado avançamos. Será a sexta eleição seqüenciada. O próximo presidente eleito será o primeiro que, tendo recebido a faixa de um presidente eleito irá entregá-la a outro que igualmente foi eleito. Há um imenso valor nesse fato.
Por outro regredimos aos tempos da Velha República e seus caciques.
Nossa democracia nos custou quase duas décadas de lutas e muitos sacrifícios.
As eleições se encerram em poucas horas, mas nossa luta pela consolidação da democracia, pelas reformas democráticas, por outro desenvolvimento, não se encerra. Permanece.
Demetrio Carneiro