quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A HORA E A VEZ DE JOSÉ SERRA

A mudança nas intenções de voto, ocorrida nos últimos dias, já foi suficiente para impactar o mercado.
Sinal de novos tempos?
Abaixo matéria do Blog Beyond the BRICS, do Financial Times, como sempre em tradução livre.

Demetrio Carneiro


Mercado começa a precificar Serra.

Por Vicent Bevins

O mercado começa agora a imaginar que o candidato presidencial brasileiro José Serra tem chances de ultrapassar Dilma e que, se isto ocorrer, ele irá cortar despesa e as taxas de juros cairão.

Após as pesquisas de hoje colocando serra a pouca distancia da sucessora designada por Lula, os rendimentos das taxas de juros dos contratos futuros caíram ao longo da curva, indicando que os investidores pensam que há grande possibilidade das taxas caírem mais à frente.

Em nota Tony Volpon do Nomura Securities disse:
A ação extremamente positiva de precificação é consistente...com Serra rapidamente restringir o gasto fiscal brasileiro, se for eleito, retirando a pressão sobre a política monetária como “variável de ajuste" ao corrigir o gap entre demanda agregada e oferta.

Até aqui o mercado não havia precificado as chances eleitorais de Serra, a vitória de Dilma parecia praticamente certa, pois os movimentos do nome dela nas pesquisas eram poucos.

Serra, um crítico das altas taxas de juros é visto, muito mais que Dilma, como focado no gasto público, ação que leva muitos analistas a acreditar na queda das taxas.

Outra teoria é que Serra poderá pressionar de forma unilateral o Banco Central a reduzir as taxas ( o Brasil tem uma das maiores taxas reais do mundo ), o que pode gerar inflação, mas estimulará a redução delas.

Volpon contradiz:
Embora Serra seja um crítico da política monetária do Banco Central brasileiro, o que sugere que alguns agentes de mercado vejam nele um “risco”...nós acreditamos que ele primeiramente cortará as despesas para depois mexer nas taxas.

De qualquer forma outra evidência de que as pessoas estão olhando para as pesquisas mais seriamente.