O post abaixo, de Miriam Leitão, mostra com clareza a gestão temerária da Petrobras. Confundida com gestão revolucionária, certamente.
Infelizmente a gestão temerária é praticada justamente pelos representantes, na Presidência Executiva e no Conselho de Administração, da União.
A Petrobras sofre o mal das estatais. É um empresa privada, no sentido legal, mas controlada pelo governo federal e usada por ele para realizar as suas políticas públicas e, agora, partidárias.
A manipulação e a partidarização é que explicam, além da gestão temerária, o completo desrespeito o Estatuto das SAs e a atitude abusiva contra os interesses dos acionistas minoritários. Onde anda a CVM?
Miriam Leitão fala de uma perda patrimonial de R$100 bilhões. Certamente não deve preocupar os cavaleiros que sonham com os benefícios dos trilhões que estão lá no fundo do mar. Convicção que vai se tornando mais e mais apenas deles.
Bom lembrar que Dilma era Presidente do Conselho Administrativo da empresa até pouco tempo atrás. Também é bom lembrar que o atual presidente é Mantega, Ministro da Fazenda, secundado pelo próprio Presidente Executivo, José Sérgio Gabriele , mais Luciano Coutinho, presidente do BNDES, o atual Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, indicado por Dilma, o ex-Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que teve que se demitir do cargo por denúncias, Sérgio Quintela, vice-presidente da FGV e o General Francisco Roberto Albuquerque. Todos são representantes do acionista majoritário , a União, e têm poder de decisão.
Acho que fica muito difícil dizer que o uso eleitoral não é abuso de poder econômico e que não estão usando uma empresa em que a União é majoritária para fazer proselitismo político. Infelizmente as instituições estão anestesiadas e tanto a Justiça Eleitoral como o Ministério Público vivem uma espécie de letargia, admitindo todo tipo de abuso.
Ninguém deve se iludir. O PT e seus aliados não estão brincando em serviço e no seu desespero não se sentirão constrangidos agir assim na Petrobras ou ou em qualquer outro local. Lutam para garantir suas rendas e modo de vida.
Confusão profunda
A direção atual da Petrobras é meio lunática. A empresa perdeu quase US$ 100 bilhões de valor de mercado, está sendo mal avaliada em relatórios de bancos, é a única ação que perde do Ibovespa em um ano. Tem suas reservas em águas profundas, área em que no mundo inteiro estão sendo reavaliadas as normas de segurança. Em vez de tratar disso, o presidente da estatal entra na briga eleitoral.