O texto abaixo é de Roberto Freire, presidente do PPS e deputado federal eleito por São Paulo.
Nele, basicamente, Freire referencia a educação como um dos grandes temas do debate sobre o desenvolvimento nacional e propõe uma "Década para a educação" onde o tema seja realmente a grande preocupação nacional.
Não é necessário ficar insistindo na importância, mas é bom lembrar que a qualidade na educação básica foi o tema do atual Plano Plurianual e que o governo decidiu repriorizar o plano, dando destaque ao "carro-chefe" eleitoral que comprovaria a "eficiência" da gerentona, Dilma. A manobra eleitoreira não ajudou tanto Dilma, mas certamente tirou o ensino de qualidade do foco governamental. Se não houvesse qualquer outra comprovação bastaria ler a proposta para o Orçamento de 2011, ora tramitando no Congresso Nacional. Por lei ela deve conter as prioridades governamentais para 2011 e todas são obras do PAC. Educação nada.
Se o argumento não for suficiente ainda podemos falar do "bônus demográfico". O Brasil e alguns outros países passam por um processo de grande crescimento relativo das faixas intermediárias de idade. Em síntese nos próximos anos o número de jovens deverá ser crescente com relação ao total da população. Do ponto de vista do planejamento significará a necessidade primeiro de mais vagas no ensino, depois de postos de trabalho. Sabemo todos do papel excludente do ensino de baixa qualidade.
É isto.
Demetrio Carneiro
O FUTRO, AGORA!
Fonte: Brasil Econômico
O segundo turno foi uma conquista da cidadania que não se deixou envolver pela propaganda oficial e os artificiosos números dos institutos de pesquisa. Como já tínhamos observado, na semana passada a necessidade do segundo turno se impunha, entre outras coisas, para que pudéssemos saber que resposta nos dará o próximo presidente sobre questões essenciais.
Quaisquer que sejam essas propostas, uma urge por sua relevância e importância estratégica: o país está maduro para uma efetiva revolução cultural, a ser atingida mediante a transformação do atual processo educativo. Trata-se de um processo longo e difícil, já que o Brasil é um país de cultura participativa recente e, por que não dizer, incipiente.
No entanto tal transformação, mesmo lenta, é essencial para as modificações de fundo de nossa realidade política e social.
Por que defendemos este ponto específico como a chave para uma efetiva transformação de nossa realidade social?
Por estarmos convictos que é radical a transformação de nosso superado sistema educativo, o elemento estratégico que nos garantirá, no decurso de uma década, a base para criarmos uma efetiva sociedade de cidadãos e cidadãos.
Por que a difusão do conhecimento, fruto da melhoria da qualidade do ensino, do básico ao médio, com uma oferta ampla de escolas técnicas e tecnológicas para nossa juventude, em um primeiro momento, tornando a educação uma política de Estado - e não meramente de governo, como hoje - imantará todas as políticas sociais dirigidas para o resgate da cidadania, e não para a formação de clientelas.
Não é o cidadão que deve estar a serviço do Estado, mas o Estado que deve servir ao cidadão. Dessa forma, o Estado e a máquina serão tão úteis e eficazes quanto mais atuante e organizada a cidadania que os sustentam.
No que diz respeito às políticas públicas, nossa contribuição ao programa de um futuro governo Serra tem na educação a pedra de toque das futuras transformações que almejamos para nossa sociedade. Por isso defendemos que façamos de 2011 a 2021 a década da educação.
Isso no exato momento em que nosso maior desafio, enquanto nação, é o de acompanhar as transformações globais que estão ocorrendo agora na superação da sociedade industrial pela sociedade do conhecimento.
Uma política de inclusão e de combate às nossas históricas desigualdades sociais, se não tiver a educação como centro da ação coordenada do Estado, não logrará êxito.
Estamos sendo desafiados a responder a essas questões e garantir a ampliação e aprofundamento do processo democrático, com a efetiva constituição de uma sociedade onde vigoram os direitos e deveres da cidadania. O futuro é agora.