Tendo recuado na primeira visita, volta agora o governo brasileiro a insistir na presença em território nacional do Sr. Mahmoud Ahmadinejad.
Tenha o nome que tenha esta estratégia de política internacional melhor seria que ele não viesse a nós, pois representa o Irã que não podemos e não devemos apoiar, que não tem nada em comum com os projetos nacionais brasileiros.
O regime é de Ahmadinejad é o mesmo que fraudou as últimas eleições, persegue minorias religiosas ( Bahai’s, zoroatristas, católicos ou judeus ou qualquer outro que não seja mulçumano e xiita ), étnicas ( árabes, curdos etc...) e opções sexuais ( homosexuais, bisexuais etc... ). As mulheres iranianas estão submetidas ao que existe de mais opressor no contexto da cultura islamita.
É uma ditadura com legitimação(?) de voto dada pela coerção e imposição religiosa.
Trata-se do que poderíamos chamar de democracia impositiva de maiorias manipuladas. Conhecemos, bem aqui ao nosso lado, outros exemplos deste novo projeto populista de legitimação pelo voto dirigido e formação de amplas maiorias tanto de voto como legislativas.
Talvez por isto esta visita seja tão importante para o atual governo.
O populismo no Irã já descartou a parte mais chata da democracia real e que é seu núcleo: o direito das minorias.
Rosa de Luxemburgo dizia, no início do século passado, que a democracia é, antes de tudo, a defesa dos direitos das minorias contra o direito das maiorias.
Historicamente falando nazistas, fascistas e stalinistas sempre defenderam as “amplas maiorias” e foi em nome delas que conduziram de forma triunfante a destruição de toda forma de democracia em seus países.
Demetrio Carneiro