Nos termos da sucessão presidencial que se aproxima a coisa pode ser bem mais complicada do que parece e a atitude de esfinge do Serra pode ser a mesma que ferrou com ele no embate com Alckmin. É bom não esquecer.
O Aécio tem 2014 e todo o resto do tempo. E parece, desde o início, estar mais interessado em forçar a mão para ser hegemônico dentro do PSDB do que em ganhar a eleição.
Para ele é bastante confortável sair para o Senado, mas depois de desmontar o processo, numa claríssima aliança de interesses estratégicos com o grupo de Lula. Até mesmo pode "correr o risco" de sair um candidato de consenso.
Aécio Neves não tem projeto de governo. Tem projeto de poder. Nisto é muito parecido com o Lula. Como um baloneiro vai para onde o vento mandar, desde que isto o leve ao poder.
Talvez seja uma contradição. Mas é a extrema fragilidade do processo de continuidade do grupo PT/Lula que está gerando toda esta questão. No fundo ela não se confunde com a continuidade pessoal de Lula, que já pavimentou o retorno em 2014 com o Pré-Sal, Olimpíada e Copa do Mundo.
Agora só falta transformar, por lei, as SUAS políticas públicas sociais no que ele chama de Políticas de Estado. Ai terá assunto para ficar os próximos 4 anos falando do quanto ele construiu para os pobres. No fundo o que ele gostaria é de substituir o Getúlio no imaginário popular. Tem certas coisas que não tem preço.
Quem duvidar que Lula possa criar políticas de Estado a partir de sua vontade leia a Estratégia Nacional de Defesa aprovada por decreto em dezembro de 2008. Principalmente na parte introdutória e verifique se o que está proposto não é a "política latino americana" de Lula de aliança profunda com Chavez etc...
Demetrio Carneiro