quarta-feira, 11 de novembro de 2009

16:15 11Nov09 RTRS - JURO-DI sobe após IPCA de outubro não confirmar leitura parcial

Por Paula Laier
SÃO PAULO, 11 de novembro (Reuters) - Os juros futuros subiram nesta quarta-feira após o IPCA fechado de outubro não repetir a surpresa da leitura parcial (IPCA-15) e mostrar uma aceleração, mas não terminaram nas máximas da sessão.

A alta de 0,28 por cento do IPCA, a maior desde junho deste ano e acima da taxa de 0,24 por cento de setembro, não chegou a preocupar, mas desarmou posições assumidas após o IPCA-15 ter subido 0,18 por cento, ante uma elevação esperada de 0,28 por cento.

Para o indicador fechado de outubro, as projeções apuradas pela Reuters variavam de aumento de 0,19 a 0,30 por cento, com mediana em 0,23 por cento.

No call das 16h, as taxas abandonaram as máximas vistas logo após a abertura e o DI janeiro de 2012 <2DIJF2> estava em 11,52 por cento ao ano, ante 11,50 por cento no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2011 <2DIJF1> projetava 10,16 por cento ao ano, estável.

André Loes, economista-chefe do HSBC em São Paulo, classificou o IPCA como outra leitura benigna da inflação, mesmo ligeiramente acima do consenso das expectativas. Segundo ele, a abertura do índice não mostrou grandes ameaças à vista.

O dado ficou "sem maiores pressões localizadas e a inflação de serviços --ainda uma das principais preocupações do Banco Central-- elevada, mas em tendênia declinante", notou.

O arrefecimento das medidas de núcleo e o recuo do índice de difusão também foram citados por analistas como aspectos benignos do índice.

Na visão de Tony Volpon, estrategista no Nomura Securities em Nova York, a inflação continuará mostrando números benignos até o final do ano e no início de 2010.
"No entanto, os motores da demanda seguem positivos e acelerando: juro real em níveis baixos, política fiscal frouxa, mercados de crédito e capital crescendo e demanda externa aumentando conforme a economia global se recupera."

Para o economista, isso signifca que, apesar do quadro tranquilo de inflação no curto prazo, o balanço de riscos é no sentido de deterioração, o que irá manter a pressão no mercado de juros.

No exterior, o noticiário endossou as perspectivas mais otimistas sobre a recuperação da atividade, mostrando que a produção industrial da China registrou o maior crescimento em 19 meses. [nN11352593]
(Edição de Daniela Machado)