sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

BRASIL PASSA A SER PERIFERIA COMERCIAL DA CHINA!

Na realidade o título, perfeito, é do post que está ai abaixo. 

Fonte: Ex-Blog do César Maia:

(Folha de SP, 31) Em 2005, a China respondia por mais de 10% das importações brasileiras em apenas 6 de 19 setores industriais; já nos doze meses encerrados em agosto de 2010, isso ocorria em 12 setores. Nesse período, US$ 21,4 bilhões foram importados dos chineses, valor que representa 14,5% das compras brasileiras -contra 7,3% em 2005.

O que ele está reportando é um lado do fenômeno do crescimento dependente (matéria-prima versus produtos acabados) brasileiro que poucos analistas estão abordando e que nossa querida esquerda nacional-desenvolvimentista parece, ou tenta fazer parecer, que desconhece. 

É verdade que devemos aproveitar nossas vantagens competitivas, mas elas deveriam ser aproveitadas para alavancar mudanças em profundidade (ação que a China sabe aproveitar muito mais do que nós)  e não para financiar um crescimento medíocre e sem futuro, que na sua essência, e apesar de toda a mídia milionária e babação dos aparelhados, não muda é nada. Pelo contrário aprofunda as relações mais tradicionais de poder. Sarney e seus dois futuros ministros de estado que o digam...

Provavelmente essas evidências, em décadas passadas, já dariam direito a uma boa passeata contra as relações de dominação e subordinação entre a China e o Brasil ou contra o imperialismo chinês.

Essencialmente é uma questão de desengatar de um lado (EUA, Europa Ocidental) para engatar em outro (China).
Ou, em outros termos, quem se projeta para vagão jamais chega a locomotiva.

Como dizia no post de ontem: A crise acumulou em nossa agenda novas questões a par das históricas.
É necessário que os próximos anos sejam de profundas transformações estruturais e de processo. 
É bom que se perceba que as janelas que abrem também fecham...

Demetrio Carneiro