sexta-feira, 2 de setembro de 2011

NÚMEROS DO PIB CONFIRMAM QUE GOVERNO PREFERIU A LEITURA POPULISTA DA ECONOMIA

          Então ficamos assim: A assimetria de informações, onde o governo dispõe das informações antes de nós mortais, permitiu ao governo já saber com antecedência que o PIB anual tende a ficar abaixo dos prometidos 4%. Como já vimos no dilema entre crescimento e inflação o governo escolhe o crescimento e fez lá o seu jogo de pressões, também já vimos, para colocar o COPOM no corner. Resultado é que os juros baixaram, o governo entregou uma promessa de campanha e vai tentar usar esse processo para garantir a entrega de outra promessa que é o crescimento a qualquer custo.
      Até ai tudo bem, já que a lógica vencedora nas urnas foi essa. O governo ganha espaço na mídia, muda de assunto dos desagradáveis efeitos gerados pela formação de amplas maiorias na Câmara e no Senado para brilho & sucesso na economia. Quem não gosta disso? Além do mais ainda tem o efeito colateral de calar a boca da oposição que reclama desde o início dos tempos, leia-se início do governo Lula, contra as altas taxas etc.
      Porém, o mesmo pacote de informações sobre a queda relativa do PIB nos informa que o consumo das famílias cresceu, trimestre sobre trimestre, 1% contra 0,7% no trimestre anterior, o que dá mais de 40%. O consumo do governo, o gasto público, muito ao contrário do que garantem Dilma e Mantega está em 2011 superior ao gasto de 2010, em valores.
       Dilma e Mantega certamente ganharão em popularidade, mas o que os números mostram com toda a clareza é que há pressão inflacionária e a redução, decidida politicamente, da taxa Selic só servirá para piorar o cenário.
        É, o governo ganhou, mas talvez, mais à frente, o povo perca.
Demetrio Carneiro