Agora que a heterodoxia se consagrou, para a alegria de nossos queridos nacional-desenvolvimentistas, num arco que vai do Serra até o Congresso do PT, passando pela academia, claro sempre tem acadêmico procurando a luz dos holofotes, uma pergunta: O quanto ortodoxos serão nossos heterodoxos?
Calma, eu explico:
Vejamos assim a heterodoxia decidiu que entre inflação e crescimento o crescimento é mais importante. Por conta dessa leitura o BC, não importa tanto o que está na Ata, mas o que ocorre no mundo real resolveu também ser heterodoxo e reduziu a taxa Selic. Os sinais são inequívocos e o mercado já faz suas apostas na alta da inflação.
Certo, qual o limite da flexibilização da taxa de juros para que o piso de 4% se mantenha? Tem sentido, pois nenhuma previsão coloca o PIB de 2011 com 4%. Até mesmo Mantega já deu uma insinuada com o seu “ao redor”. Se o a companheirada da PolíTica econômica for ortodoxa o limite da flexibilização é o momento que Dilma começar a perder pontinhos nas pesquisas. Mas, quando e se esse momento chegar será que dará para reverter? Esse é o flerte com o abismo.
Se a companheirada da PolíTica econômica for heterodoxa talvez sejam eles sim flexíveis e voltem atrás, deixando o BC fazer o seu trabalho e retirem as política econômicas da área de manipulação ou, pelo menos, queiram manipular menos pela via dessas políticas.
A questão é saber se esse caminho iniciado semana passada tem volta.
Então, nossos heterodoxos serão ortodoxos ou heterodoxos?
Demetrio Carneiro