quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CIÊNCIA, TECNOLOGIA & INOVAÇÕES E O FAZER POLÍTICA

       A Sociedade Brasileira Para a Ciência e a Academia Brasileira de Ciências, em movimento conjunto lançaram um abaixo-assinado pelo uso dos recursos do Pré-Sal na questão de C,T & I e na educação. Talvez seja, um pouco, colocar o carro na frente dos burros, já que estamos a uma crise internacional de contornos não muito claros e alguns anos de colher os resultados concretos e $onantes de nossa riqueza submersa . Mas quando até as prefeituras, bem distantes do oceano, lá na fronteira leste, já pensam no quanto irão faturar, até que não é tão descabido e, pelo menos, chama a atenção para um assunto substancial.

    Substancial o papel da C,T & I no processo de desenvolvimento. Não custa alinhar argumentos:

- Historicamente falando processos que alavancam crescimento ao ponto de gerar mudanças de qualidade, desenvolvimento, são processos típicos de inovações . Não necessariamente por meio de um bem ou um processo na indústria, mas também no setor de serviços, as inovações cumprem um forte papel criando ondas que se propagam e irradiando por todo o sistrema efeitos multiplicadores;

- Inovações são fortemente relacionadas com pesquisas de base na ciência, mas também com pesquisas tecnológicas. Podem ser verdadeiramente criativas ou propostas pré-existentes transformadas e adaptadas criativamente às condições interesses locais, como no caso da China;

- Não há como produzir pesquisas de base ou de tecnologia sem qualificação o capital humano ou seja Educação,  Qualificação Técnica Contínua,  Capacitação e Recapacitação. Para quem imagina que apenas a "educação" resolve é melhor olhar mais de perto as estatísticas de desemprego nos EUA. Daí o capital humano entrar como parte significativa da equação do desenvolvimento nas sinergias entre capital físico, capital natural e capital social;

- Em países em desenvolvimento tanto o financiamento de pesquisas de base, como de pesquisas em tecnologia, só é viável pela participação do Estado, mas em qualquer país ambos os processos, C&T, só são viáveis se houver instituições e arranjos institucionais dedicados, composto de cadeias de vão dda produção e reprodução do conhecimento à produção de bens e serviços;

- Construir instituições e arranjos institucionais na questão de C,T & I depende de “plano” e “vontade política”.

     Nosso percurso nos trouxe ao Plano, Planejamento e à vontade política, intenção dos agentes políticos em planejar um processo.

      Infelizmente vivemos um ambiente onde a sobrevivência dos agentes políticos e seus partidos está sempre em primeiro plano. Pensar o longo prazo implica em um conjunto de coerências e tem o custo de deixar escapar as oportunidades de curto prazo. Isso indica que estarão sempre olhando para essas oportunidades que gerarão resultados mais imediatos e garantirão o dia de amanhã. O dia depois do dia de amanhã é para ser vivido amanhã. 

    Processos que privilegiem instituições e arranjos institucionais em C,T & I são processos de longa maturação e acabam escapando dessa Agenda Política. A partir disso o Poder Constituído navega livre de críticas e impávido e já que ele mesmo também pratica lógicas de sobrevivência imediata, cria planos-para-não-se-cumprir ou arranjos-para-não-funcionar, coisa que os Desafiantes adoram, pois abre mais espaço para a Crítica, ela mesma a única Agenda Real, mesmo que eles também não tenham nada para dizer, já que não-têm-tempo-para-pensar-nesses-assuntos-relevantes-mas-tão-fora-das-pesquisas-de-intenção-de-voto.

Demetrio Carneiro