Tudo bem. Janelas de oportunidade que gerem emprego interno são importantes. Mesmo que signifique sermos receptores de cadeias produtivas alheias. Remetidas para cá por conta da vantagem de produzir aqui o que aqui se vende. Mesmo que se trate de revalorizar esse projeto sem futuro do carro individual, concentrando energias nele e relegando a segunda mão o transporte coletivo. Mesmo que acabemos no meio de uma briga entre tecnologias automotivas estabelecidas – americana, italiana, alemã, francesa e japonesa – e tecnologias automotivas emergentes – coreana, chinesa, hindu . Vamos proteger “nossa” indústria “regional”, isto é Brasil +Argentina. Enfim, o importante é gerar emprego. Agora. O futuro o futuro resolve.
Nessas coisas de resolver o hoje, sem se preocupar com o amanhã o poderoso do dia, Mantega, é especialista. A queda de Palocci foi um ato de sorte? Então ficamos assim: Veículos com um mínimo de nacionalização, isto é: com fabricação das peças no Brasil ou na Argentina estão “protegidos” pelo governo contra veículos com menos que esse mínimo. Esses incômodos invasores serão taxados com +IPI e, provavelmente recorrerão à Organização Mundial do Comércio.
Lula querendo vender nossas commodities para a China e assim obter parte do financiamento do nosso crescimento recente, deu garantias de lá haver um “regime de mercado” e patrocinou o ingresso dos chineses na OMC. Agora os chineses deverão usar a OMC para quebrar as barreiras protecionistas. Numa só relação o melhor, quando compra, e o pior dos mundos, quando nos vende. Nada que já não tenhamos vivido nos últimos 500 anos.
Pois é, esse ai é o Brasil “Maior”, projeto, 100% midiático e para brasileiro ver, voltado para a nossa política industrial. Como se diz, acredita quem quiser e tem fé...Na dúvida sempre poderemos e rezar e torcer para a Dilma estar certa, embora ela demonstre diariamente que não é muito boa de previsões. O PAC que o diga.
Demetrio Carneiro