sexta-feira, 16 de setembro de 2011

BRASIL: POLÍTICA INDUSTRIAL DE PROTEÇÃO, AOS OUTROS

      Tudo bem. Janelas de oportunidade que gerem emprego interno são importantes. Mesmo que signifique sermos receptores de cadeias produtivas alheias. Remetidas para cá por conta da vantagem de produzir aqui o que aqui se vende. Mesmo que se trate de revalorizar esse projeto sem futuro do carro individual, concentrando energias nele e relegando a segunda mão o transporte coletivo. Mesmo que acabemos no meio de uma briga entre tecnologias automotivas estabelecidas – americana, italiana, alemã, francesa e japonesa – e tecnologias automotivas emergentes – coreana, chinesa, hindu . Vamos proteger “nossa” indústria “regional”, isto é Brasil +Argentina. Enfim, o importante é gerar emprego. Agora. O futuro o futuro resolve.

      Nessas coisas de resolver o hoje, sem se preocupar com o amanhã o poderoso do dia, Mantega, é especialista. A queda de Palocci foi um ato de sorte? Então ficamos assim: Veículos com um mínimo de nacionalização, isto é: com fabricação das peças no Brasil ou na Argentina estão “protegidos” pelo governo contra veículos com menos que esse mínimo. Esses incômodos invasores serão taxados com +IPI e, provavelmente recorrerão à Organização Mundial do Comércio.

       Lula querendo vender nossas commodities para a China e assim obter parte do financiamento do nosso crescimento recente, deu garantias de lá haver um “regime de mercado” e patrocinou o ingresso dos chineses na OMC. Agora os chineses deverão usar a OMC para quebrar as barreiras protecionistas. Numa só relação o melhor, quando compra, e o pior dos mundos, quando nos vende. Nada que já não tenhamos vivido nos últimos 500 anos.

      Pois é, esse ai é o Brasil “Maior”, projeto, 100% midiático e para brasileiro ver, voltado para a nossa política industrial. Como se diz, acredita quem quiser e tem fé...Na dúvida sempre poderemos e rezar e torcer para a Dilma estar certa, embora ela demonstre diariamente que não é muito boa de previsões. O PAC que o diga.



Demetrio Carneiro