sexta-feira, 17 de setembro de 2010

AS QUESTÕES NADA REPUBLICANAS DO BNDES

Este debate sobre a geração de Dívida Pública para financiar as operações do BNDES já vem desde o ano passado quando veio à público a informação de que o Tesouro iria vender títulos para isso.
De início era R$60 bi, depois foi para R$80 bi, foi crescendo até R$180 bi.
Posteriormente se soube que ante já havia antes cerca de R$20 bi e agora falam em tomar mais R$60 bi. Pelo visto ainda chegaremos, no total, a R$260 bi.



Num post mais antigo eu comentei que o problema era que o financiador em última instância não era o banco ou o governo, mas o contribuinte.
Um estudo do IPEA apontou que os R$180 bi custariam ao contribuinte cerca de R$10 bi anuais. Dá para ter uma dimensão do que se trata se pensarmos que o programa da Bolsa-Família custa R$13,5 bi anuais.



Então a questão se tratava de saber se tem sentido.
Segundo diversos depoimentos de autoridades governamentais tem.
Talvez até tenha e a pressão sobre os preço mostrou um pouco isso.
Mas o nosso problema é que a coisa não termina ai.
Em prol de nosso próprio interesse precisamos nos preocupar com a destinação dos recursos para podermos concluir sobre a eficiência dessa ação de governo. Quer dizer, este sacrifício de doar quase o equivalente a uma bolsa-família resultou em alguma coisa de bom para a nação?



Esta é uma questão altamente política e potencialmente complicada.
Quando Eike Batista pegou recursos no banco para comprar carvão com a finalidade de tocar as suas(dele) usinas para vender energia ao Setor Público eu não acho que dê para dizer que foi em prol da nação. Nem no sentido ambiental, nem no sentido de eficiência. Mas Eike é amigo do Rei.
O problema em lidar com amigos do Rei é que talvez eles não se sintam na obrigação de serem eficientes e talvez o banco não esteja na condição de cobrar deles eficiência quando eficiência é tudo que nós contribuintes podemos estar querendo quando se trata de recursos que usam o nosso esforço, o nosso trabalho.



Agora novas informações sobre as traquinagens do filho da ex-amiga de Dilma dão uma dimensão nova do problema: Tráfego de influência dentro do BNDES.
Não bastava os amigos do Rei. Parece que dava para ampliar o círculo de relacionamentos.



Não custa insistir: Lucro do infante terrível, mas prejuízo nosso. Nosso esforço e nosso trabalho virando poeira...



Tudo aconteceu na ante-sala de Lula pelas mãos de uma (ex)amiga de Dilma. Dentro do círculo fechadíssimo da Presidência da República.

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Demetrio Carneiro