Mais do que os Beatles o PMDB parece ser eterno. Não é muito difícil estabelecer o momento em que o partido deixou de ser o local de resistência ao autoritarismo e passou a ser o “centrão”. Muito provavelmente terá sido quando deixou de ser abrigo de diversas forças que foram originar a grande maioria dos atuais partidos. Todos queriam seu lugar ao sol, mas a poderosa máquina municipal permaneceu quase intacta e se confirma a cada eleição.
O PMDB é exatamente a cara da atual República. Vive em profunda simbiose com a máquina pública. Não está tão preocupado em estar no poder, desde que ele tenha acesso aos recursos públicos e possa utilizá-los para confirmar sua hegemonia.
O volume de votos que acarreta, o número de prefeitos, governadores e parlamentares, dos três níveis, que elege colocam o partido como fiel de qualquer balança eleitoral que se crie.
Com os atuais partidos e mesmo com futuros partidos que possam vir a serem criados conforme os resultados das próximas eleições.
A vitória de Dilma não será a vitória do PT, mas a vitória do PMDB que ocupará espaços mais amplos.
Diferentemente dos petistas e de outros neófitos no palco político, pemdebistas dificilmente são pegos com a boca na botija. Fazem os mesmo aparelhamentos, a mesma apropriação dos recursos públicos, mas são melhores.
Que futuro terá o nosso futuro?
Demetrio Carneiro